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quarta-feira, 4 de abril de 2007

Motezuma, Vivaldi


MOTEZUMA
Antonio Vivaldi

São Carlos, 4 a 11 de Abril de 2007

Ópera em três actos. Libreto de Alvise Giusti.

Estreia absoluta em versão encenada nos tempos modernos

Direcção musical Alan Curtis
Encenação Stefano Vizioli
Cenografia Lorenzo Cutùli
Figurinos Annamaria Heinreich
Desenho de luz Nevio Cavina

Intérpretes
Vito Priante Motezuma
Theodora Baka Ramiro
Mary-Ellen Nesi Mitrena
Laura Cherici Teutile
Maite Beaumont Fernando Cortés
Gemma Bertagnolli Asprano

Il Complesso Barocco

Nova Produção (co-produção)
Teatro Nacional de São Carlos
Teatro Comunale de Ferrara
Teatro Comunale de Modena
Teatro Comunale de Piacenza

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Esta obra foi representada pela primeira vez em Veneza em 1733, depois o manuscrito da música desapareceu e só foi descoberto em 2002 no arquivo da biblioteca musical da Sing-Akademie de Berlim.

No Teatro Nacional de São Carlos, a ópera vai ser apresentada com encenação do italiano Stefano Vizioli e sob a direcção do maestro norte-americano Alan Curtis, um especialista em repertório barroco.

«É uma ópera que não fala de amor ou dos temas tradicionais nas óperas. É mais uma ópera política que fala de contrastes entre culturas», disse à Lusa o encenador.

A acção decorre em 1519 durante a conquista do México pela Espanha e fala da destruição da cultura azteca.

Motezuma, a figura central desta obra, é o imperador do México vencido pelo conquistador espanhol Fernando Cortés.

A ideia de contraste entre dois mundos, de uma cultura que vence outra destruindo-a, orientou a encenação que Vizioli concebeu para Motezuma. «A minha primeira preocupação foi contar uma história», referiu.

«Com a liberdade total que tinha para escolher a forma de representar uma ópera que nunca tinha sido apresentada, preferi estilizar o mundo de Espanha - cujas figuras surgem sombrias, um pouco como na pintura de El Greco - e o mundo dos aztecas», adiantou o encenador italiano, que disse ter ficado encantado com a possibilidade de trabalhar pela primeira vez nesta produção com Alan Curtis.

«Sempre gostei muito do repertório barroco, que dá muito mais liberdade aos encenadores do que compositores como Mascagni [autor de Cavalleria Rusticana], o encenador deve recriar um mundo visual, é uma liberdade essencial», salientou.

Vizioli referiu também que decidiu utilizar a sala do São Carlos como fazendo parte da cenografia. Durante a representação, a sala nunca ficará às escuras, haverá sempre luz «para se poder ver os espectadores».

Do elenco constam cantores que colaboram com o agrupamento Il Complesso Barroco, um ensemble dedicado essencialmente a repertório de finais do Renascimento e do período barroco, dirigido por Curtis.

Vito Priante vai interpretar Motezuma, Mary-Ellen Nesi faz de Mitrena [a mulher de Motezuma], Maite Beaumont faz o papel de Fernando Cortés, Theodora Baka é Ramiro, o irmão de Cortés, Laura Cherici é Teutile, filha de Motezuma e Mitrena, e Gemma Bertagnolli é Asprano, um general do México.

«São especialistas em canto barroco e são artistas que querem fazer teatro e não apenas um concerto com trajes de uma época, já não se vê muito os cantores que estão parados em cena a cantar. A ópera é teatro», adiantou Viziole.

Esta ópera vai ter cinco récitas no São Carlos, nos dias 4, 5, 9, 10 e 11 de Abril, sendo a cenografia de Lorenzo Cutùli e a concepção dos figurinos de Annamaria Heireich.

Lusa



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