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segunda-feira, 30 de abril de 2007

L'Italiana in Algeri, Gioachino Rossini


Dramma giocoso em dois actos. Libreto inspirado (substancialmente) no libreto de Angelo Anelli para L'italiana in Algeri de Luigi Mosca (1808).

Direcção musical Donato Renzetti
Encenação Toni Servillo
Cenografia Daniela dal Cin
Figurinos Ortensia De Francesco
Desenho de luz Pasquale Mari

Intérpretes

Isabella, signora italiana
Kate Aldrich (Rosina em "Il Barbiere di Siviglia", Fevereiro de 2006)
Barbara De Castri


Mustafà, Bey d'Algeri
Lorenzo Regazzo
Wojtek Gierlach

Lindoro, giovane schiavo italiano favorito di Mustafà
John Osborn
David Alegret

Taddeo, compagno d'Isabella
Paolo Rumetz
José Julián Frontal

Elvira, moglie di Mustafà
Lara Martins

Haly, capitano dei corsari algerini
Filippo Morace (Bartolo em "Il Barbiere di Siviglia", Fevereiro de 2006)

Zulma, schiava confidente di Elvira
Paula Morna Dória

Orquestra Sinfónica Portuguesa

Coro do Teatro Nacional de São Carlos
maestro titular Giovanni Andreoli

Produção
Festival d'Aix-en-Provence
em co-produção com o Grand Théâtre do Luxemburgo e o Teatro Nacional de São Carlos

Mais um divertimento após "Il Barbiere di Siviglia".
2 a 10 de Maio de 2007
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Nota.
Sinopse.
Libreto.
Biografia.

domingo, 29 de abril de 2007

Orquestra Gulbenkian no século XX

3 e 4 de Maio de 2007

ORQUESTRA GULBENKIAN

Jean-Claude Casadesus (maestro)


Anne Gastinel (violoncelo)

No centenário do nascimento de Dmitri Chostakovitch

Olivier Messiaen
Les offrandes oubliées
Très lent – Vif – Extrêmement lent
[Très lent, douloureux, profondément triste
Vif, féroce, désespéré, haletant
Extrêmement lent, avec une grand pitié et un grand amour]

Dmitri Chostakovitch
Concerto para Violoncelo e Orquestra N.º 1,
em Mi bemol maior, op. 107
1. Allegretto
2. Moderato
3. Cadenza
4. Allegro con moto

Sergei Prokofiev
Romeu e Julieta (excertos das Suites I e II)
Montéquios e Capuletos (Suite II, n.º 1)
A jovem Julieta (Suite II, n.º 2)
Frei Lorenzo (Suite II, n.º 3)
Dança (Suite II n.º 4)
Máscaras (Suite I n.º 5)
Morte de Tybalt (Suite I, n.º 7)
Romeu no túmulo de Julieta (Suite II, N.º 7)

Maurice Ravel
La valse

Actualização:
Magníficos intérpretes e peças. Um dos (meus) concertos do ano.
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La Valse
Os temas, sete no total, encadeiam-se sem ruptura, animados pelo ritmo ternário que, entendido como um verdadeiro motor (o mecanismo de precisão que tanto seduzia o compositor) confere à obra toda a sua dinâmica. A introdução é feita pianissimo, iniciando-se com os contrabaixos em divisi munidos de surdinas. A opacidade da atmosfera vai-se dissipando pouco a pouco, enquanto o ritmo obcecante se instala e os embriões dos temas vão tomando forma. Introduzidos pelos glissandos das harpas, raramente dotados de uma escrita tão percutida, os diferentes motivos sucedem-se e perseguem-se numa verdadeira torrente musical de várias modulações: emerge o canto penetrante dos oboés, os efeitos da percussão, o brilho dos metais e as sonoridades cheias dos clarinetes, alternando com tutti de textura delicada nas cordas e, portanto, aliando o espírito da música de câmara à amplitude da vertente sinfónica que ostenta um colorido orquestral subtilmente variado.

Este caleidoscópio fascinante encontra-se articulado em duas grandes secções, cada uma delas alcançando em crescendo o seu paroxismo (a segunda não apresenta material temático novo), até ao rodopiante delírio final que termina de forma quase atordoante, com a sua resolução sobre a tónica na última nota. Com uma suprema habilidade, Ravel usa todos os recursos de que dispõe para que os ouvintes sejam contaminados por esse turbilhão inquietante, no qual a violência se esconde sob uma desenvoltura demoníaca.

sábado, 28 de abril de 2007

Blind Date, Bill T. Jones


Centro Cultural de Belém
4 e 5 de Maio de 2007

In the hands of choreographer Bill T. Jones, dance becomes an extraordinary tool for probing life's big questions and journeying toward understanding. In this new evening-length work, Blind Date explores patriotism, honor, sacrifice, and service to a cause larger than oneself-values all but lost in our modern world. Jones's technically stunning 10-member company performs in a sensory landscape of primary colors, video imagery, and musical influences from around the world. As if on a "blind date," wisdom and eloquence meet dumbed-down fundamentalism in this explosive meditation on opposing forces and contrasting beliefs.

Originally intended to be a documentary of the Company today, Blind Date contains personal stories from the international cast, gestural dance phrases eerily reminiscent of a military boot camp, and all of the complex artistry that Bill T. Jones is known for. Bjorn Amelan has designed an evocative and flexible environment of variously sized screens that act as an ever-changing landscape. On these screens are projections designed by video artist Peter Nigrini that include text in multiple languages, people, places, and things that interact with and enrich the live performance. Music Director/Composer Daniel Bernard Roumain and his collaborators provide a sound score that serves a similar purpose, ranging from Bach to Otis Redding to the Mexican national anthem. Bill T. Jones and his dancers are joined by actor Andrea Smith, and in certain venues, live accompaniment. The result is a multi-layered dance theater experience that is "at once moving, sexy, funny, thoughtful, and sad."

- John Rockwell, The New York Times


Blog.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Mstislav Rostropovitch

27 de Março de 1927
27 de Abril de 2007

Hoje em Moscovo aos 80 anos morreu o famoso violoncelista russo Mstislav Rostropovitch, informa Interfax.
(...)
Mstislav Rostropovitch nascido a 27 de Março de 1927 é considerado como um dos maiores violoncelistas de sempre.

Nasceu em Baku, no Azerbaijão, na altura parte da União Soviética. Estudou no conservatório de Moscovo (onde mais tarde viria a dar aulas) tendo como professores, entre outros, Dmitri Chostakovitch e Serguei Prokofiev.

Rostropovitch lutou por uma arte sem fronteiras, pela liberdade de expressão e pelos valores democráticos, resultando em reprimendas por parte do regime soviético. Em 1978 acabaria por ver a sua cidadania na União Soviética revogada devido à sua oposição ao regime comunista e emigrou para EUA. Nos últimos anos vivia na Rússia.

O maestro gravou quase todo o repertório para violoncelo existente na época e estimulou outros compositores a criar novas peças para este instrumento, nomeadamente através de contactos com Benjamin Britten, Prokofiev, Shostakovitch, Khachaturian, Boulez, Berio, Messiaen, Schnittke, Bernstein, Dutilleux e Lutoslawski.

Entre os muitos prémios que recebeu ao longo da sua carreira contam-se o Albert Schweitzer Music Award e o Ernst von Siemens Foundation Music Prize, anteriormente só obtidos por Benjamin Britten e Olivier Messiaen.

Recebeu igualmente mais de uma centena de condecorações e distinções de cerca de trinta países, incluindo a de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico e Cavaleiro da Legião de Honra da França.

PRAVDA.Ru

quinta-feira, 26 de abril de 2007

42º Festival de Sintra 2007



1 de Junho e 15 de Julho
Música, Dança e ainda uma programação complementar de Contrapontos.

Direcção artística
Dr. Luís Pereira Leal (Música)
Vasco Wellenkamp (Dança).

Palácios Nacionais de Queluz, Sintra e Pena, Quinta da Piedade e Quinta da Regaleira, e Centro Cultural Olga de Cadaval.

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Dança:
Sugestões
Cullberg Ballet, Suécia
Cloud Gate Dance Theatre of Taiwan, Taiwan
E ainda
Introdans, Holanda
Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, Portugal

quarta-feira, 25 de abril de 2007

(Selvagens) Homem de Olhos Tristes


(Wilde) Mann mit traurigen Augen

Autor Händl Klaus

Encenação João Lourenço
Dramaturgia Vera San Payo de Lemos

Elenco Francisco Pestana, Gracinda Nave, João Perry, Jorge Corrula e Paulo Oom

Cenografia João Mendes Ribeiro
Figurino Maria Gonzaga
Coreografia Carlos Prado
Desenho de luz Anaísa Guerreiro e Melim Teixeira
Desenho de som Jan Ferreira

Teatro Aberto, até 24 de Junho de 2007

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No regresso de uma missão, um médico sem fronteiras vê-se obrigado a sair do comboio na estação de uma pequena cidade, onde parece não existir mais ninguém senão uma estranha família que o obriga a ficar. Será tudo um pesadelo ou a sua última viagem? Numa atmosfera misteriosa e inquietante, conjura-se o fim dos tempos, mas também a esperança de uma nova vida.

A estreia de “(Selvagens) Homem dos Olhos Tristes”, texto do escritor austríaco Händl Klaus, marca o regresso de João Perry aos palcos portugueses, 6 anos depois da sua interpretação em “A Visita”, de Eric-Emmanuel Schmitt na antiga sala do Teatro Aberto.
Conhecido pela exploração da ficção no seu expoente máximo, Händl Klaus envolve o espectador na construção das próprias personagens, sendo muitas vezes comparado ao realizador David Linch.

Sob a direcção de Joao Lourenço, os actores Francisco Pestana, Gracinda Nave, João Perry, Jorge Corrula e Paulo Oom dão vida a esta história que nos leva a reflectir sobre a solidão e o individualismo da sociedade actual.
Seremos todos selvagens?

Estreada em 2003 em Graz, esta peça foi a revelação do autor austríaco Händl Klaus (1969), tendo sido seleccionada para o Festival de Teatro de Berlim e para o Prémio de Dramaturgia de Mülheim em 2004.


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Teatro Aberto
>A partir de 6 Outubro 2007
Sweeney Todd, O Terrível Barbeiro de Fleet Street
Co-Produção com o Teatro Nacional D. Maria II

Sweeney Todd – The Demon Barber of Fleet Street

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Samson et Dalila, Saint-Saëns


Camille Saint-Saëns
Samson et Dalila, op. 47
[versão de concerto]

Gulbenkian, 26 e 29 Abril 2007

Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Lawrence Foster [ Maestro

Jon Fredric West [ Tenor (Sansão)
Hadar Halévy [ Meio-Soprano (Dalila)
George-Emil Crasnaru [ Baixo (Abimélech / Velho Hebreu / 2.º Filisteu)
Luís Rodrigues [ Barítono (Sumo Sacerdote de Dagon)
Marcos Santos [ Tenor (Mensageiro Filisteu)
Alexey Shakitko [ Tenor (1.º Filisteu)

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Camille Saint-Saëns
Paris, 9 de Outubro de 1835
Argel, 16 de Dezembro de 1921

Samson et Dalila, op. 47
Ópera em três actos
Libreto de Ferdinand Lemaire
Estreia: Hoftheater de Weimar, 2 de Dezembro de 1877

Compositor, pianista e organista, Camille Saint-Saëns foi inicia- do na música enquanto criança por uma tia-avó. Dotado de notável precocidade artística, em 1846 deu o seu primeiro concerto na famosa Sala Pleyel. O público e os críticos parisienses pasmaram com as extra-ordinárias aptidões do prodígio e o correspondente do jornal Boston Gazette escreveu: “Há um rapaz em Paris, chamado Saint-Saëns, que tem só dez anos e seis meses, mas toca de cor as obras de Haendel, Bach, Mozart, Beethoven e as de mestres contemporâneos”.

Em 1848 ingressou no Conservatório de Paris e teve como mestres Benoist em órgão e Halévy em composição. Tornou-se organista de Saint-Merry (1853-1857) e da Madeleine (1857-1877). Foi professor de piano na Escola de Niedermeyer, onde exerceu uma acção renovadora, tendo como discípulos Fauré, Gigout e Messager. Em 1871 fi gurou entre os animadores e fundadores da Société National de Musique, cujo objectivo era a defesa e promoção da nova música francesa do tempo. O papel do compositor foi, neste capítulo, de primordial importância. Temos de ter em conta que a música religiosa e a ópera constituíam então os géneros sobre os quais se debruçavam quase exclusivamente os compositores franceses.

O cultivo por Saint-Saëns das grandes formas instrumentais, da música de câmara e das disciplinas clássicas, tornou-se um dos factores essenciais da renovação que caracterizou a escola francesa nas últimas décadas de oitocentos e nos primeiros anos do século XX.

Em 1867, Berlioz dizia acerca de Saint-Saëns: “É um pianista fulminante e um dos maiores músicos da nossa época”. Figura cimeira da arte musical francesa da segunda metade do século XIX, o mestre de Sansão e Dalila não logrou na criação operística igual êxito ao que obteve noutros géneros musicais. Com efeito, Sansão e Dalila é a única das suas treze óperas que se mantém no repertório dos grandes teatros líricos.

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SINOPSE

A acção decorre na Palestina, no século XII antes de Cristo.

ACTO I
Praça pública na cidade de Gaza. À esquerda vê-se a porta do templo de Dagon.

Sob o jugo dos Filisteus, reunidos na praça pública, os Hebreus imploram a Jeová que os liberte da servidão. Entre eles encontra-se Sansão que exorta o seu povo a não perder a fé nem a esperança. Sansão consegue reacender na multidão desanimada e descrente a chama do fervor e da coragem: há que confiar na justiça do Senhor (“Arrêtez, o mes frères.”). Sansão convence-os de que o triunfo está prestes a surgir.

A situação modifica-se quando Abimélech, o sátrapa de Gaza, pronuncia blasfémias contra o povo hebreu e o seu Deus (“Ce Dieu que votre voix implore…”). Sansão incita o seu povo à revolta, dizendo que este em breve será livre (“Israel romps ta chaine! O peuple lève-toi!”). As palavras de Sansão dão coragem aos hebreus, enquanto na confusão Abimélech tenta matar Sansão, mas é morto por este.

O Sumo Sacerdote de Dagon sai do templo acompanhado de guardas e soldados e incita-os a vingar a morte do sátrapa. Amaldiçoa os hebreus proferindo frases terríveis: (“Maudite à jamais soit la race des enfants d’Israel!”). Entretanto, um mensageiro filisteu traz a notícia de que os israelitas, liderados por Sansão, causam terror e morte entre os filisteus. Sansão aparece seguido dos hebreus vitoriosos. Os velhos festejam a vitória, entoando hinos de louvor ao Deus de Israel.

Abrem-se as portas do templo de Dagon e surge Dalila seguida de outras mulheres que trazem grinaldas de flores e saúdam a chegada da Primavera (“Voici le printemps…”). Ao ver Sansão, Dalila começa imediatamente a tentar seduzi-lo (“Je viens célèbrer la victoire de celui qui règne en mon coeur…”). Sansão resiste aos encantos de Dalila. Um Velho Hebreu avisa-o dos perigos que corre – e com ele o povo de Israel – se der ouvidos à sedução. As sacerdotisas do templo de Dagon dançam provocando os guerreiros hebreus. Dalila entoa uma canção que fala da Primavera que se aproxima e do Amor (“Printemps qui commence…”). Dirigindo-se a Sansão, diz que espera por ele ao cair da noite. Sansão não consegue esconder a perturbação que sente. Dalila afasta-se e olha para o herói, como que a chamá-lo.

ACTO II
Casa de Dalila no vale de Soreck

Anoitece. Dalila espera a vinda de Sansão. Jura vingar-se, mas tem de descobrir o segredo da sua força. É preciso que o amor a ajude a vencer a sua fraqueza (“Amour! Viens aider ma faiblesse!”).

Surge o Sumo Sacerdote de Dagon que ordena a Dalila que consiga que Sansão revele o segredo da sua força, pois é preciso derrotar o grande inimigo dos filisteus (“J’ai gravi la montagne…Salut à vous mon pére!”) Dalila recusa o ouro que lhe é oferecido pelo Sacerdote. Quer trair Sansão para vingar a derrota infligida por este aos filisteus. Por três vezes Sansão recusa confiar-lhe o segredo da sua força. Porém, Dalila, determinada, espera conseguir descobrir finalmente nessa noite, com falsas carícias, o segredo da estranha força do hebreu. As vozes de Dalila e do Sumo Sacerdote unem-se num grito de vingança: (“Mort au chef des Hébreux!”). O Sumo Sacerdote afasta-se dizendo-lhe (“Le destin de mon peuple, ô femme, est dans tes mains.”).

Sansão aparece e amaldiçoa a sua fraqueza. Está rendido aos encantos de Dalila e pressente que as juras de amor desta o podem arrastar à desgraça. Dalila acusa Sansão de não a amar. Sabendo que o herói não lhe resiste, continua a seduzi-lo (“Mon coeur s’ouvre à ta voix…Ah! Réponds à ma tendresse...”).

Dalila procura conhecer o segredo de Sansão. Exige-lhe a revelação do segredo da sua força como prova do seu amor por ela. Esta cena decorre no meio de uma tempestade. Sansão diz-lhe que o Senhor mostra a sua cólera desencadeando a fúria dos elementos. Dalila chama-lhe cobarde e corre para dentro de casa. Sansão segue-a.

Dalila, depois de adormecer Sansão, corta-lhe os cabelos e, vitoriosa, aparece à janela e grita pelos filisteus. A casa é invadida pelos soldados ouvindo-se o grito de Sansão (“Trahison”).

ACTO III
1.º Quadro
Prisão de Gaza

Sansão, cego e sem os seus longos cabelos, é escravizado pelos filisteus que o acorrentaram a uma mó obrigando-o a mover o engenho. Profundamente arrependido, suplica a Deus que tenha compaixão (“Vois ma misère helas! Vois ma détresse! Pitié Seigneur!”). Ao longe ouvem-se vozes de prisioneiros hebreus que o acusam de os ter vendido por uma mulher (“Pour une femme il nous vendait”). Sansão ergue a sua prece a Deus. Os filisteus entram na prisão e levam Sansão para o templo.

2.º Quadro
No interior do templo de Dagon. Estátua do deus e altar dos sacrifícios. A meio do templo, duas colunas suportam o peso da abóbada do enorme edifício.

Uma multidão enche o templo. O dia nasce. Os filisteus festejam o seu triunfo cantando a Dagon e entregando-se a uma dança orgiástica. Terminado o bailado do “bacchanale”, Sansão entra no templo conduzido pela mão de uma criança. É humilhado por todos e a própria Dalila não o poupa recordando-lhe as carícias traiçoeiras de outrora, dizendo que apenas pretendia vingar o seu deus e o seu povo (“Souviens-toi de nos ivrésses ! Souviens-toi de mes caresses ! L’amour servait mon projet”).

Sansão pede a Jeová que, por um momento, lhe restitua a antiga força (“Seigneur, inspire-moi, ne m’abandonne pas”). O Sumo Sacerdote e Dalila dão graças a Dagon e dirigem-se para o altar dos sacrifícios. Enquanto os filisteus louvam o seu deus, Sansão pede à criança que o leve até ao centro do templo. Os cânticos a Dagon intensificam-se e Sansão apoiando-se nas colunas do templo, dirige ao Deus de Israel uma prece:

Souviens toi de ton serviteur
Qu’ils ont privé de la lumière!
Daigne pour un instant, Seigneur,
Me rendre ma force première!
Qu’avec toi je me venge, ô Dieu!
En les écrasant en ce lieu!

Num esforço supremo, o herói empurra bruscamente os pilares e faz desmoronar o templo sobre a multidão de filisteus.

“E foram mais os mortos que matou na sua morte dos que matara na sua vida” (Bíblia: Antigo Testamento, “Livro dos Juizes”, Cap.16 v.30)

(FCG) Notas e Sinopse de Isabel Assis Pacheco
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ÓPERA BÍBLICA OU ORATÓRIA CÉNICA?

Em 1867, quando já tinha composto doze óperas, Saint-Saëns concebeu a ideia de adaptar o tema bíblico de Sansão destinado à composição de uma oratória. O próprio compositor, anos mais tarde, numa carta dirigida a Henri Collet, esclarece-nos sobre a génese musical de Sansão e Dalila:

“A ideia de Sansão vem de longe. Houve tempo em que os grandes concertos de Paris, como os de Londres e de outras grandes cidades do estrangeiro, eram com orquestra e coros […] A oratória sacra e a profana adquire então o seu desenvolvimento. Executam-se Elias, O Deserto, a cidade de Paris cria um prémio para o encorajamento da produção nacional desse género tão interessante […] Foi então que um velho amador de música chamou a minha atenção para o assunto de Sansão, falou-me do libreto de Voltaire e esboçou um plano de trabalho em minha intenção. Entretanto, uma jovem ligada à minha família casou com um rapaz encantador com o qual estabeleci relações muito estreitas. Ele fazia versos como amador e eu apercebi-me de que ele era dotado e possuía já um verdadeiro talento. Pedi-lhe que trabalhasse comigo numa oratória sobre o assunto bíblico. Uma oratória – disse ele – não! Façamos uma ópera…”

Nasceu assim a ligação com Ferdinand Lemaire, o libertista de Sansão e Dalila. Baseado nos acontecimentos narrados no Antigo Testamento, Livro dos Juizes (capítulos 13 a 16), o poema de Lemaire gira em torno do último episódio da vida do herói, segundo o capítulo 16 da citada fonte bíblica. É a história do mais famoso guerreiro de Israel, consagrado desde o ventre materno a ser líder do povo eleito do Senhor, Deus único, e dotado de uma força espiritual e física sobre-humana.

Lemaire introduziu algumas alterações na história de Sansão narrada no Antigo Testamento. A morte de Abimélech não figura no texto bíblico, assim como não existe a personagem individualizada do Sumo Sacerdote. Quanto a Dalila, na ópera assume um grande relevo teatral, musical e dramático, distanciado-se assim da narrativa bíblica. Na ópera, o Sumo Sacerdote oferece-lhe dinheiro para trair Sansão. Dalila recusa, pois é levada pelo ódio e desejo de vingança, o que não acontece no Livro Sagrado. Dalila aceita o dinheiro dos príncipes Filisteus depois de descobrir o segredo da força de Sansão: “E os príncipes Filisteus subiram até ela, e trouxeram o dinheiro na sua mão” (cap. XVI, v.18).

O grande relevo de que se revestem os papéis de Sansão e Dalila não é fundamentalmente o fulcro do drama. Este assenta também na luta entre Hebreus e Filisteus, os que adoram Jeová e os que prestam culto a Dagon. No plano musical, o elemento coral toma parte activa na acção. De um lado os hebreus, caracterizados por um grande rigor contrapontístico, quase uma reminiscência das salmodias da sinagoga; do outro os filisteus, ilustrados por um ritmo primitivo, quase pagão. Associado a uma expressão de sensualidade, o cromatismo insinua-se especialmente nas cenas de Dalila. Para satisfazer o gosto do público francês, Saint-Saëns utiliza o pentatonismo e certos ritmos mais ou menos “árabes” que dão à obra um exotismo orientalizante. Dos três actos, o segundo é o mais operístico. Nele dominam as paixões,
a sensualidade, o amor carnal e o desejo. A força deste acto reside na oposição de sentimentos.

Saint-Saëns utiliza melodias envolventes que traduzem o poder persuasivo que Dalila exerce sobre Sansão, a ponto de fazê-lo abdicar da sua missão divina. É neste acto que se encontra o célebre andantino “Mon coeur s’ouvre à ta voix…”, sem dúvida um dos mais famosos e inspirados da lírica francesa da segunda metade do século XIX.

O 3.º acto adquire novamente o rigor de uma grande oratória. No primeiro quadro, a emoção é real nos lamentos de Sansão quando canta acorrentado à mó do moinho. No último quadro, a obra atinge o seu paroxismo na festa solene no templo de Dagon e, acima de tudo, no apogeu da dança vertiginosa (Bacanal), até à espectacular destruição do templo.

A revelação da obra foi por etapas. Começando por ser concebida como uma oratória, a sua feitura foi morosa, ocupando o compositor em sucessivos projectos e remodelações muito antes da sua concretização cénica. Iniciada em 1867, só em 1874, em Croisy, se realizou uma representação privada do segundo acto. Um ano depois, o primeiro acto foi apresentado em versão de concerto, no Théâtre du Châtelet. Só a 2 de Dezembro de 1877, e graças ao prometido apoio de Franz Liszt, teve finalmente a sua estreia no Teatro do grão-duque de Weimar com o libreto traduzido para alemão. O êxito foi grande. A 3 de Março de 1890, os franceses conheceram Sansão e Dalila cantada na língua original no Théâtre Lyrique Français de Rouen.

Sansão e Dalila, outrora longe de acolhimentos entusiásticos, é actualmente um marco referencial obrigatório no domínio músico-teatral dos grandes teatros líricos do mundo.

domingo, 22 de abril de 2007

Dias da Música 2008

18 a 20 de Abril de 2008, «dedicada ao repertório de câmara de musica ocidental», «vai explorar as virtualidades de tocar a dois, três, quatro e mais intérpretes». «Existem já muitas ideias», nomeadamente que o programa deverá incluir o «lead (canção de câmara alemã) e os madrigais».

O responsável sublinhou que não pretende voltar a falar sobre a Festa da Música (que teve sete edições no CCB e foi cancelada em 2006 por restrições orçamentais) «com os quais Os Dias da Música teve algumas semelhanças no formato, mas há grandes diferenças no conceito».

«Aqui tivemos uma grande presença da música contemporânea e um espaço muito amigável para as crianças», enumerou, acrescentando que em 2008 «será aprofundada esta filosofia de não diferenciar géneros, apenas tendo a preocupação de cumprir uma missão de serviço público para divulgar a música».

Por seu turno, a consultora artística do evento, Gabriela Canavilhas, também presente na conferência de imprensa, comentou ter observado um «crescendo de qualidade e de emoção nos concertos, com a apresentação de propostas muito ousadas por parte dos intérpretes convidados», nomeadamente de Bernardo Sassetti, Uri Caine, Mário Laginha, Jorge Moyano, Till Fellner, Elena Rosanova e Pascal Rogé.

«Houve uma grande abrangência de obras, que abarcou desde o século XIX ao século XX, e observei pelos corredores que o público não viu as suas expectativas defraudadas», comentou ainda a pianista.

Nas actividades com as crianças, nas quais o evento fez uma grande aposta, Madalena Vitorino, responsável pelo Centro de Pedagogia do CCB, revelou que um total de 860 crianças participaram nos ateliers para construir o seu próprio piano com materiais diversos, ao mesmo tempo que famílias com bebés ouviam concertos especiais no espaço Pianíssimo.
... Lusa

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Notícias: museus e exposições


O Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea no CCB a partir de 25 de Junho.
Entretanto, escultura: «3d - Colecção Berardo na Assembleia da República».

Segundo a ministra da Cultura, a localização do Museu de Arte Popular, situado frente ao Tejo, na zona de Belém, em Lisboa, é a «ideal» para instalar o Museu Mar da Língua Portuguesa, já em 2008.

Vamos (a) ver...

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Arpad Szenes: obras da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

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A ideia base desta exposição é mostrar um percurso possível, o processo criativo do artista, desde os estudos às obras finais, agrupando por temas obras de diferentes técnicas mas de correspondências óbvias, independentemente das datas - muito variáveis - em que foram realizadas, já que Arpad Szenes retomou e reformulou temáticas em vários momentos temporais. É um olhar diferente da clássica retrospectiva, que revela a sensível qualidade da obra de Arpad Szenes, a riqueza e variedade da colecção da Fundação e a apresentação de várias obras inéditas.
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Na fundação até 17 de Junho de 2007.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Dias da Música

Beethoven e Chostakovitch, Orq Gulbenkian com Rudolf Barshai e Valeriy Sokolov


Orquestra Gulbenkian
Rudolf Barshai (maestro)
Valeriy Sokolov (violino)

No centenário do nascimento de Dmitri Chostakovitch

Ludwig van Beethoven
Concerto para Violino, em Ré maior, op.61

Dmitri Chostakovitch
Sinfonia Nº 4, em Dó menor, op.43

Gulbenkian, 19 e 20 de Abril de 2007
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É impressionante a serenidade que se desprende das escassas entrevistas dadas até hoje pelo jovem violinista Valery Sokolov. A procura da beleza como ideal junta-se, no seu caso, com uma relação imperturbável com violino, ao qual se tem dedicado com total entrega desde os cinco anos. De origem ucraniana, começou os seus estudos com o apoio da sua mãe. Trabalhou com Sergueï Evdokimov e, em 2001, foi aceite na Escola Yehudi Menuhin, na classe de Natalia Boyarskaya.

Por enquanto, a sua sensível e honesta personalidade artística é conhecida apenas por um círculo relativamente estreito de connoisseurs. No entanto, o primeiro prémio conseguido em 2005 por Valery Sokolov no prestigiado Concurso Internacional Georgiu Enesco e o lançamento, no ano a seguir, de um DVD biográfico pela Virgin, juntamente com a sua apresentação pública em diversas salas europeias e americanas, são passos num percurso que promete torná-lo um dos violinistas de referência do século XXI.

Valery Sokolov tocará em Lisboa o Concerto para Violino de Beethoven, juntamente com a Orquestra Gulbenkian. No pódio estará o maestro Rodolf Barshai, que regressa a Portugal para dirigir também a Quarta Sinfonia de Dimitri Chostakovich. Trata-se de um acontecimento singular, na medida em que Barshai é um dos mais reputados especialistas na obra orquestral do compositor russo. A sua magistral integral das sinfonias, gravadas à frente da Orquestra Sinfónica da WDR e editadas em 2002 pela etiqueta Brilliant, são a melhor prova disso.
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domingo, 15 de abril de 2007

Grigory Sokolov, piano

Franz Schubert
Sonata em Dó menor, D.958
1. Allegro; 2. Adagio
3. Menuetto: Allegro; 4. Allegro

Alexander Scriabin
Prelúdio e Nocturno para a mão esquerda, op. 9
Sonata N.º 3, em Fá sustenido menor, op. 23
1. Drammatico; 2. Allegretto
3. Andante; 4. Presto con fuoco
Deux Poèmes, op. 69
Sonata N.º 10, op. 70
Vers la fl amme, poème, op. 72

Gulbenkian, 16 de Abril de 2007
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Para muitos, é o melhor pianista do mundo. Tem o carisma de quem só interpreta a música que ama e a criatividade dos artistas plenos que decidiram entregar a sua vida à arte. Falamos de Grigory Sokolov, evidentemente.

Venceu em 1966 o Concurso Internacional Tchaikovsky, tinha então dezasseis anos, mas foi só após a Perestroika que o seu nome se tornou numa referência de projecção internacional. Hoje em dia, é uma espécie de lenda do piano, que rejeita os estúdios para apenas gravar recitais ao vivo. Em todas as suas aparições apresenta leituras renovadas das obras do seu repertório de eleição e novas experiências sonoras que passam pela sua íntima relação com o teclado. O piano, nas suas mãos, transforma-se numa verdadeira orquestra. Sokolov é um pianista único, que, em concerto, toca como se o mundo fosse acabar depois de cada nota.

No seu próximo recital em Lisboa, apresenta obras de dois autores aos quais tem dedicado uma atenção constante no seu percurso artístico: Franz Schubert e Alexander Scriabin. Porém, com a excepção da terceira sonata do compositor russo, nenhuma das peças incluídas no programa fazem ainda parte da sua selecta discografia, disponível no catálogo da etiqueta Naive Classics. De Schubert, Sokolov interpretará a vigorosa Sonata em dó menor D. 958. A segunda parte estará preenchida por uma selecção de peças do esotérico Scriabin, que ilustram o seu percurso criativo. Começará pelas duas peças para a mão esquerda op. 9, de 1894, e culminará no célebre poema Vers la Flamme, de 1914.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Correspondência a Três


Textos de Rainer Maria Rilke, Boris Pasternak e Marina Tsvetaeva
Produção: Centro Cultural de Belém em colaboração com o Teatro Nacional São João

Ficha técnica:
Interpretação:
Rainer Maria Rilke - Cláudio da silva
Boris Pasternak - Amândio Pinheiro
Marina Tsvetaieva – Inês de Medeiros
Encenação e dramaturgia- Inês de Medeiros
Traduções - Armando Silva Carvalho e Vasco Pimentel
Cenografia e figurinos – Rita Lopes Alves
Desenho de luz – Daniel Worm

CCB, 12 a 15 de Abril de 2007
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Entre Moscovo, França e Suíça forma-se um triângulo poético-amoroso entre três dos maiores poetas do século XX: Pasternak, Rilke e Tsvetaieva.

Já documentada em livro com o mesmo título, Correspondência a Três sobe agora ao palco, numa encenação da actriz Inês de Medeiros. Resultado de uma breve mas intensa correspondência entre Rainer Maria Rilke, poeta checo de expressão alemã a viver na Suíça, Boris Pasternak, poeta russo então revolucionário a viver em Moscovo, e Marina Tsvetaieva, poetisa russa a viver em França – pessoas que mal se conhecem e nunca se vão encontrar –, nasce um dos mais estranhos triângulos poético-amorosos, pleno de arrebatamentos e lirismo.

Verão de 1926. Durante meia dúzia de meses três dos maiores poetas do século XX vão trocar uma correspondência apaixonada. Boris Pasternak, em Moscovo, tentando afirmar-se como poeta numa Rússia pós-Revolução; Marina Tsvetaieva, exilada em França, esperançada em melhores dias; e Rainer Maria Rilke, doente na Suíça, à beira da morte.
Se a admiração e o respeito que os une como poetas são autênticos, a relação amorosa que entre eles se estabelece é profundamente marcada pela distância e a ausência de contacto.
Apesar da expectativa de um dia se encontrarem estar sempre presente nas suas cartas, esta confrontação é sempre adiada, como se ela viesse impor uma realidade que nenhum deseja.

Um amor epistolar é um amor sem gestos e sem silêncios. Os silêncios são imediatamente preenchidos por novas palavras que os moldam, criam, e inventam. Palavras de poetas que exigem do outro o seu próprio ideal amoroso, que abraçam todos os paradoxos e contradições inerentes ao próprio acto de amar.
O projecto de levar à cena estes textos nasce da vontade de dar um corpo (esses corpos que nunca se cruzaram) a três vozes, três miragens dominadas por um desejo de amar capaz de anular as distâncias, a ausência e a solidão, mas também exigente, impulsivo e egoísta.
Um amor que nasce da Poesia, que vive da sua capacidade de evocação mas que esbarra com os dolorosos limites da idealização. Quem se ama, o poeta ou o homem? Quem ama? Quem é amado?

“O amor odeia o poeta. O amor não quer ser magnificado, toma-se por um absoluto, o único. E não confia em nós. Sabe, no mais profundo de si próprio, que não é magnífico (daí a sua tirania!), sabe que toda a magnificência é — alma, e onde a alma começa, o corpo acaba. Puro ciúme, Rainer, o mais puro. Como o da alma perante o corpo.”

Inês de Medeiros

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP

Institut Franco-Portuguais
Concertos, Workshops e Teatro Electroacústico para Crianças.

ABRIL 2007

MÚSICA
13 e 14 ABRIL – 21h30 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Música Electrónica / Orquestra de Altifalantes
Lançamento do CD ELECTRONIC MUSIC VOL.III
2 concertos, 2 diferentes programas de música electrónica pela Orquestra de Altifalantes da Miso Music Portugal para apresentar todas as obras premiadas do concurso de composição electroacústica Música Viva e ainda assinalar uma nova edição em CD das peças premiadas em 2004, 2005 e 2006.

PARA OS MAIS PEQUENOS
10, 11, 12, 13 ABRIL - sessões às 10h00 e às 11h00 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Teatro Electroacústico
Histórias contadas com sons para crianças dos 4 aos 12 anos

WORKSHOP
10, 11, 12 ABRIL – 14h30 às 18h30 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Workshop de Espacialização com a Orquestra de Altifalantes da Miso Music Portugal
Orientado por Miguel Azguime



MAIO 2007

MÚSICA
4 MAIO – 21h30 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Música Solista: um recital de Pedro Rodrigues para guitarra e electrónica, com obras em estreia absoluta de Jaime Reis e Andre Bartetzki, e ainda peças de Isabel Soveral, Nuccio d'Angelo e Leo Brouwer.

MÚSICA
5 MAIO – 21h30 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Música Electrónica / Orquestra de Altifalantes
No âmbito da sua temporada de concertos em que as relações entre a música e a tecnologia serão matéria privilegiada, a Miso Music Portugal propõem-nos cada mês a descoberta de um estúdio ou associação de compositores em torno da música electroacústica. Maio é mês de descobrir a actual música electroacústica alemã por via da sua federação nacional de música electroacústica a DEGEM.
Em parceria com o Goethe Institut

PARA OS MAIS PEQUENOS
2, 3, 4, 5 MAIO - sessões às 10h00 e às 11h00 Auditório P.F.
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Teatro Electroacústico
Histórias contadas com sons para crianças dos 4 aos 12 anos

CURSOS
30 ABRIL, 2, 3, 5 MAIO – IFP
Temporada Miso Music Portugal em residência no IFP
Curso de programação em Max/MSP/Jitter por Andre Bartetzki (compositor e professor na Technische Universität Berlin).
Em parceria com o Goethe Institut

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Discover Islamic Art

Museum With No Frontiers
a ground-breaking and visionary programme
to establish a vast trans-national museum


Algeria, Belgium, Egypt, Germany, Italy, Jordan, Morocco, Palestinian Authority, Portugal, Spain, Sweden, Syria, Tunisia, Turkey, United Kingdom.

http://www.discoverislamicart.org

Here you enter a genuine museum with no frontiers where artefacts from different museums are displayed together with monuments and sites from all over Europe and the Mediterranean region. The Museum’s Permanent Collection and Database include at present 850 artefacts from 42 museums and 385 monuments and sites from 11 countries related to Islamic Art in the Mediterranean. Temporary Exhibitions will be launched in spring 2007. In the Partner Museums section you can view separately the items contributed by each museum to the joint Permanent Collection and find out more about each museum.

Discover Baroque Art
A network of 13 partners including museums, universities and cultural heritage authorities from seven European countries (Austria, Croatia, the Czech Republic, Germany, Hungary, Italy and Portugal) will establish a Virtual Museum on Baroque art that will be launched in 2008.

IndieLisboa 2007


As sugestões da Margarida...

_Longas Metragens
_Competição Internacional
Fresh Air
Ágnes Kocsis, fic., Hungria, 206, 109’

Close To Home
Vidi Bilu, Dalia Hager, fic., Israel, 2006, 90’

Day Night Day Night
Julia Loktev, fic., EUA/Alemanha, 206, 94’

Love Conquers All
Tan Chui Mui, fic., Malásia, 206, 90’


_Directors's Cut
_Longas Metragens
The Pervert's Guide To Cinema
Sophie Fiennes, doc., Reino Unido, 2006, 120’


_Competição Nacional Curtas 4 65’
_Observatório Curtas 6 66’
Lost In Art – Looking for Wittgestein
Luís Alves de Matos, João Louro, exp., Portugal, 2007, 10'


Os vencedores
GRANDE PRÉMIO DE LONGA-METRAGEM (EX-AEQUO)
“EL AMARILLO”, de Sérgio Mazza, fic., Argentina, 2006, 87`
“LOVE CONQUERS ALL”, de Tan Chui Mui, fic., Malásia, 2006, 90`

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Motezuma, Vivaldi


MOTEZUMA
Antonio Vivaldi

São Carlos, 4 a 11 de Abril de 2007

Ópera em três actos. Libreto de Alvise Giusti.

Estreia absoluta em versão encenada nos tempos modernos

Direcção musical Alan Curtis
Encenação Stefano Vizioli
Cenografia Lorenzo Cutùli
Figurinos Annamaria Heinreich
Desenho de luz Nevio Cavina

Intérpretes
Vito Priante Motezuma
Theodora Baka Ramiro
Mary-Ellen Nesi Mitrena
Laura Cherici Teutile
Maite Beaumont Fernando Cortés
Gemma Bertagnolli Asprano

Il Complesso Barocco

Nova Produção (co-produção)
Teatro Nacional de São Carlos
Teatro Comunale de Ferrara
Teatro Comunale de Modena
Teatro Comunale de Piacenza

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Esta obra foi representada pela primeira vez em Veneza em 1733, depois o manuscrito da música desapareceu e só foi descoberto em 2002 no arquivo da biblioteca musical da Sing-Akademie de Berlim.

No Teatro Nacional de São Carlos, a ópera vai ser apresentada com encenação do italiano Stefano Vizioli e sob a direcção do maestro norte-americano Alan Curtis, um especialista em repertório barroco.

«É uma ópera que não fala de amor ou dos temas tradicionais nas óperas. É mais uma ópera política que fala de contrastes entre culturas», disse à Lusa o encenador.

A acção decorre em 1519 durante a conquista do México pela Espanha e fala da destruição da cultura azteca.

Motezuma, a figura central desta obra, é o imperador do México vencido pelo conquistador espanhol Fernando Cortés.

A ideia de contraste entre dois mundos, de uma cultura que vence outra destruindo-a, orientou a encenação que Vizioli concebeu para Motezuma. «A minha primeira preocupação foi contar uma história», referiu.

«Com a liberdade total que tinha para escolher a forma de representar uma ópera que nunca tinha sido apresentada, preferi estilizar o mundo de Espanha - cujas figuras surgem sombrias, um pouco como na pintura de El Greco - e o mundo dos aztecas», adiantou o encenador italiano, que disse ter ficado encantado com a possibilidade de trabalhar pela primeira vez nesta produção com Alan Curtis.

«Sempre gostei muito do repertório barroco, que dá muito mais liberdade aos encenadores do que compositores como Mascagni [autor de Cavalleria Rusticana], o encenador deve recriar um mundo visual, é uma liberdade essencial», salientou.

Vizioli referiu também que decidiu utilizar a sala do São Carlos como fazendo parte da cenografia. Durante a representação, a sala nunca ficará às escuras, haverá sempre luz «para se poder ver os espectadores».

Do elenco constam cantores que colaboram com o agrupamento Il Complesso Barroco, um ensemble dedicado essencialmente a repertório de finais do Renascimento e do período barroco, dirigido por Curtis.

Vito Priante vai interpretar Motezuma, Mary-Ellen Nesi faz de Mitrena [a mulher de Motezuma], Maite Beaumont faz o papel de Fernando Cortés, Theodora Baka é Ramiro, o irmão de Cortés, Laura Cherici é Teutile, filha de Motezuma e Mitrena, e Gemma Bertagnolli é Asprano, um general do México.

«São especialistas em canto barroco e são artistas que querem fazer teatro e não apenas um concerto com trajes de uma época, já não se vê muito os cantores que estão parados em cena a cantar. A ópera é teatro», adiantou Viziole.

Esta ópera vai ter cinco récitas no São Carlos, nos dias 4, 5, 9, 10 e 11 de Abril, sendo a cenografia de Lorenzo Cutùli e a concepção dos figurinos de Annamaria Heireich.

Lusa



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deutschegrammophon: Unearthing a Treasure, Alan Curtis on Motezuma
forumopera
iht
barnesandnoble

terça-feira, 3 de abril de 2007

Elina Garanca, canto

Charles Spencer, piano



Johannes Brahms
Meine Liebe ist grün, op.63 nº 5
Liebe und Frühling, op.3 nº 3
Es träumte mir, op.57 nº 3
Mainacht, op.43 nº 2
Von ewiger Liebe, op.43 nº 1

Robert Schumann
Frauenliebe und - leben, op.42

Gioacchino Rossini
La regata veneziana

J. Vitols
Mirdzas dziesma, op.31 nº 6
Aizver actinas
Man prata stav vel klusa nakts, op.31 nº 7

A. Kalnins
List Klusi

Manuel de Falla
Siete canciones populares españolas
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Entrevista: Elina Garanca
«Rossini es El Pan de Cada Uno de Mis Días»
Scherzo / 16.Março.2007 / Em directo

Site
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Gulbenkian, 10 de Abril de 2007

A jovem meio-soprano letã Elina Garanca é a última revelação sensacional do panorama lírico internacional. O domínio absoluto da voz, ágil, poderosa e de timbre aveludado, assim como o rigor e o empenhamento com que trabalha as dificuldades técnicas das partituras que aborda, têm proporcionado a sua ascensão vertiginosa, permitindo pressagiar que se poderá vir a tornar num dos nomes incontornáveis do canto no século XXI. O seu percurso tem sido extraordinário desde que, em 2003, assumiu o seu primeiro papel de projecção internacional.

Foi no Festival de Salzburgo, sob a batuta de Nikolaus Harnoncourt. De seguida, o desempenho de diferentes personagens nos palcos de Viena e de Paris consolidaram o sucesso inicial, sucesso esse que também se vê reflectido nos seus registos discográficos. Passando pela Ondine e pela Virgin Classics (etiqueta onde participou numa premiada versão de Bajazet sob a direcção de Fábio Biondi), assinou em 2005 um contrato exclusivo com a Deutsche Grammophon. O seu último trabalho, Aria Cantilena, lançado em Janeiro deste ano, fornece um completo retrato da cantora, que ilustra a variedade de registos que a sua voz lhe permite. Foi um êxito de vendas, tendo-se colocado rapidamente nos primeiros lugares dos rankings austríacos e alemães.

Elina Garanca apresentar-se-á em Lisboa juntamente com Charles Spencer, um dos pianistas acompanhadores mais solicitados da actualidade, cujo nome se liga directamente a alguns dos mais importantes cantores das últimas décadas, entre os quais se encontra Christa Ludwig, entre outros.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Cinema: Von Donnersmarck, Arnold, Moretti e Lynch.


As Vidas dos Outros
de Florian Henckel Von Donnersmarck
com Ulrich Muhe, Martina Gedeck e Sebastian Koch


Sinal de Alerta
de Andrea Arnold
com Kate Dickie, Tony Curran e Martin Compston


O Caimão
de Nanni Moretti
com Silvio Orlando, Margherita Buy e Jasmine Trinca

Filmes premiados e bem criticados, mas simplesmente bons filmes, alguma decepção porque não esperamos algo de novo ou não nos deixamos surpreender nem entusiasmar... espera-me Lynch, vamos ver ...


Inland Empire
de David Lynch
com Laura Dern

domingo, 1 de abril de 2007

Páscoa na Gulbenkian: Bach e Schubert

Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Michel Corboz (maestro)
Ana Quintans (soprano)
Marie-Claude Chappuis (meio-soprano)
Werner GÜra (tenor)
Alexander Yudenkov (tenor)
Alfred Reiter (baixo)


Johann Sebastian Bach
Magnificat, BWV 243

Franz Schubert
Missa Nº 6, em Mi bemol maior, D.950



3 a 5 de Abril de 2004
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Encontramos reunidas neste programa duas obras-primas da música sacra de todos os tempos. Ambas foram escritas em momentos decisivos do percurso de dois compositores cimeiros da história da música. Por um lado, o Magnificat, em Ré maior, BWV 243, é uma das obras vocais mais importantes de Johann Sebastian Bach. Para coro a cinco vozes e orquestra, foi concebido em Leipzig, onde o compositor acabara de ser nomeado Kantor da igreja de São Tomas, para as Vésperas de Natal de 1723. Por outro lado, a Missa nº6 de Franz Schubert, D. 950, é também considerada a peça de música sacra de maior sucesso do compositor austríaco. Foi composta em 1828, o derradeiro ano da vida do compositor, sendo contemporânea de uma outra importante obra sua, a Sinfonia em Dó maior, «A Grande».

Será o maestro Michel Corboz que, dando seguimento à sua colaboração enquanto Maestro Titular do Coro Gulbenkian, dirigirá as duas obras. Estas relacionam-se directamente com o repertório que lhe é mais caro. Isso mesmo comprova o seu percurso discográfico.

No entanto, grande parte do interesse deste concerto reside na escolha dos cantores solistas. Ouvir-se-á no Grande Auditório a belíssima voz da soprano portuguesa Ana Quintans, assim como a do reputado tenor alemão Werner Gura, sem esquecer a meio-soprano Marie-Claude Chappuis, que se tem tornado nos últimos anos num nome de referência no repertório da música antiga, o tenor Alexander Judenkov e o baixo Alfred Reiter.