Música, dança, teatro, cinema, literatura, exposições, conversas, etc.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
Concertos de Domingo 2006 Gulbenkian
com a colaboração do Serviço de Música
Átrio da Biblioteca - 12.00 horas
Entrada livre
Domingo, 15 Janeiro
LUIS CUNHA, violino
EURICO ROSADO, piano
JOSÉ VIANA DA MOTTA Romanza / LUIS BARBOSA Romance / PEDRO LOPES NOGUEIRA Prelúdio e Fantasia / LUIS TINOCO Tríptico / CLAUDIO CARNEYRO D’aquém e d’além mar, Op. 20 nº 3 / CÉSAR VIANA Crú / JOLY BRAGA-SANTOS Nocturno
Domingo, 19 Fevereiro
ANA ESTER NEVES, soprano
JOÃO PAULO SANTOS, piano
LOPES GRAÇA Três canções de “As Mãos e os Frutos” / Três Sonetos de Camões / Duas Trovas / Quatro Canções Populares Portuguesas / FRANCIS POULENC Bonne Journée / BENJAMIN BRITTEN Soneto de Michelangelo / MANUEL DE FALLA / Cancion Popular Española / FREDERICO DE FREITAS Chora Videira / JOLY BRAGA SANTOS Canção da Vindima / LUIS DE FREITAS BRANCO / Luizinha
Programa completo Janeiro-Dezembro 2006
quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
Maria Guleghina
Orquestra e coro Gulbenkian, Lawrence Foster
Imperdível, por isso esgotado.
5 e 7 de Janeiro de 2006 na Gulbenkian.
Maria Guleghina e Anna Netrebko (Violetta Valery em La Traviata, no festival de Salzburgo - acontecimento do ano) são duas das principais intérpretes da lírica italiana.
"Mandam" as russas, actualmente.
Maria Guleghina, presença habitual na Gulbenkian em Janeiro, não deverá voltar em 2007.
Grandes Heroínas Verdianas III
Maria Guleghina
Giuseppe Verdi
- Ária “In alto mare”
da ópera I Vespri Siciliani - Coro “Va, pensiero”
da ópera Nabucco - Ária “Salgo già”
da ópera Nabucco - Prelúdio, Prólogo e Cavatina “Santo di Patria”
da ópera Attila
(incluindo “Urli rapine” e “Viva il Re”)
- Ária “D’amor sul ali rosee” e “Miserere”
da ópera Il Trovatore
(Marcos Santos, Tenor / Alexey Shakitko, Tenor) - Coro “Patria oppressa”
da ópera Macbeth - Ária “Madre, pietosa Vergine”
da ópera La Forza del Destino - Música de Bailado da ópera Don Carlo
- Ária “Mercé dilette amiche”
da ópera I Vespri Siciliani
Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Lawrence Foster (maestro)
Maria Guleghina (soprano)
Marcos Santos (tenor)
Alexey Shakitko (tenor)
terça-feira, 27 de dezembro de 2005
Elisabete Matos com a Metropolitana de Lisboa
Verdi, Puccini, Rossini e Mascagni são alguns dos compositores escolhidos para o Concerto de Ano Novo que a Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida pelo maestro Álvaro Cassuto apresenta dia 1 de Janeiro na Aula Magna e dia 4 no Teatro da Trindade, sendo solista Elisabete Matos.
De Verdi será interpretada a abertura da ópera "La forza del destino" e a ária "Pace, pace, mio Dio" da mesma ópera. De Rossini foi escolhida a abertura da ópera "La gazza ladra", e de Pietro Mascagni o "intermezzo" sinfónico de "Cavalleria rusticana".
Elizabete Matos, considerada a mais internacional soprano portuguesa, interpretará, entre outras árias, "Casta diva" da "Norma" de Bellini, "Visi d`arte, vissi d`amore" da "Tosca" de Puccini e "Io son l`umile ancella" de "Adriana Lecouvreur" de Francesco Cilea.
O programa dos concertos de Ano Novo "intercala excertos orquestrais com árias de ópera que foram eternizadas por algumas sopranos lendárias como Maria Callas, Renata Tebaldi ou Kiri Te Kanawa".
Rui Miguel Leitão, musicólogo da Orquestra Metropolitana de Lisboa.
ROSSINI
– Guilherme Tell (Abertura)
BELLINI
– Ária Casta Diva (Norma)
PUCCINI
– Ária Vissi d'arte (Tosca)
VERDI
– La Forza del destino: Abertura e Ária Pace, pace
MASCAGNI
– Cavalleria Rusticana: Intermezzo e Ária Voi lo sapete, o mamma
BOITO
– Ária L'altra notte in fondo al mare (Mefistofele)
PONCHIELLI
– Dança das Horas (La Gioconda)
CILEA
– Ária Io son l'umile ancella (Adriana Lecouvreur)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2005
Mia Couto
[...]
Sétimo sapato - A ideia de que para sermos modernos temos que imitar os outros [...]
quarta-feira, 21 de dezembro de 2005
Concerto de Natal
Mosteiro dos Jerónimos
Hector Berlioz
L'Enfance du Christ, oratória, op. 25
meio-soprano Enkelejda Shkosa
tenor Stefano Secco
barítono Daniel Borowski
baixo Nicolas Testé
direcção musical Donato Renzetti
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
maestro titular Giovanni Andreoli
Em co-apresentação com
Mosteiro dos Jerónimos
Rádio e Televisão de Portugal
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
Highlights 2006
- O Barbeiro de Sevilha, Gioachino Rossini
- Iolanta, Piotr Ilitch Tchaikovski
- Santa Susana, Paul Hindemith
- O Dissoluto Absolvido, Azio Corghi
- Lauriane, Augusto Machado
- Das Rheingold(O Ouro do Reno), Richard Wagner
- O Nariz, Dimitri Chostakovitch
F. C. Gulbenkian
- Maria Guleghina - Heroínas Verdianas
- Stephen Kovacevich, piano
- Nikolai Lugansky, piano
- Cecilia Bartoli - Opera Proibita
- Orquestra do Gewandhaus de Leipzig
- Richard Goode, piano
- Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera
- Paixão Segundo São Mateus, BWV 244 - Johann Sebastian Bach
- Mikhail Pletnev, piano
- Salomé - Richard Strauss
- Sequeira Costa, piano
- Piotr Anderszewski, piano
sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
Luís Miguel Cintra
Prémio Pessoa 2005
O Júri do Prémio Pessoa afirmou, “Como fundador e principal responsável do Teatro da Cornucópia desde 1973, Luís Miguel Cintra tem construído ao longo de mais de três décadas um percurso exemplar, tanto como actor como nos planos da dramaturgia e da encenação. O seu repertório abrange as principais referências da literatura teatral de todos os tempos, dos clássicos aos contemporâneos, com uma atenção particular ao teatro português, nomeadamente a Gil Vicente”.
“O trabalho da Cornucópia tem marcado uma presença de grande coerência no panorama cénico português, desde o rigor de fixação e/ou tradução dos textos ao aparato crítico dos programas e à pesquisa no âmbito da cenografia e da representação. Distingue-se igualmente pela sua acção formativa, com reflexos em sucessivas gerações de novos valores teatrais. Luís Miguel Cintra tem ainda desenvolvido uma carreira notável no cinema português e europeu, e tido intervenções destacadas como encenador de ópera e como declamador de poesia.”
O júri declarou, ainda, que “ Em 2005, encenou em Lisboa peças de Brecht, Bond e Fassbinder e participou no filme “O Espelho Mágico”, de Manoel de Oliveira, apresentado no Festival de Veneza deste ano. Foi igualmente autor da dramaturgia e encenação do inédito “Comedia sin título”, de Garcia Lorca, que teve a sua estreia mundial no Teatro de la Abadia, em Madrid.”
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
Paulus de Mendelssohn
Coro Gulbenkian
Orquestra Gulbenkian
Erwin Ortner (maestro)
Juanita Lascaro (soprano)
Elisabeth Graf (contralto)
Markus Schafer (tenor)
Gerald Finley (barítono)
15 e 16 de Dezembro de 2005, Gulbenkian
A oratória Paulus, celebrando o tradicional concerto coral-sinfónico do final de ano da Gulbenkian. Composta em 1836, a oratória Paulus configurou-se na obra de Mendelssohn, juntamente com Elias, paradigma da oratória romântica. Compreendendo uma diversidade de técnicas de composição desenvolvidas em períodos musicais diversos, Paulus enquadra-se no interesse do compositor em recuperar determinados elementos do património musical, conjugando-os com a sua contemporaneidade. Por outro lado, sendo uma obra de concerto (o que representa a progressiva autonomização da música com textos de teor religioso do contexto performativo das igrejas), difundiu-se especialmente em países com uma tradição coral amadora, como a Inglaterra (a tradução para inglês do texto original data do ano da composição da obra), devido à existência de instituições empenhadas na execução de música coral-sinfónica. (...)
FCG.
_______
A primeira oratória que Mendelssohn escreveu, Paulus op.36, foi encomendada em 1831 pelo director musical do coro Cäcilienverein de Frankfurt, Johann Nikolaus Schelbe. Para o desenvolvimento desta obra, Mendelssohn fez grandes estudos teológicos e históricos e trabalhou juntamente com Julius Schubring e Julius Fürst na elaboração do libreto. Neste renunciou às versificações edificantes dos libretos habituais, apelando apenas ao texto bíblico e alicerçando-se, na sua grande maioria, nos Actos dos Apóstolos, mas também noutros textos do
antigo e novo testamentos.
O libreto abre com a morte por lapidação de Estêvão, o primeiro mártir cristão, martírio infligido por, entre outros, Saulo de Tarso, que decide dedicar-se à perseguição dos cristãos da Síria. Na estrada para Damasco, dá-se o milagre, o apelo divino do cristianismo. A cegueira em que vivia é materializada fisicamente mediante a perda da visão, sentido recuperado após a conversão, simbolizada na mudança de nome de Saulo para Paulo. Seguem-se relatos das viagens de Paulo, já apóstolo, e de Barnabé; as suas missões entre os judeus e os pagãos que se revoltam contra eles, mormente em Éfeso, cidade de onde parte para Jerusalém para defrontar intensas provas.
terça-feira, 13 de dezembro de 2005
quinta-feira, 8 de dezembro de 2005
Die Entführung aus dem Serail de Mozart
Wolfgang Amadeus Mozart
9 a 17 de Dezembro de 2005
Teatro Nacional D. Maria II
Singspiel em três actos (K. 384). Libreto de Gottlieb Stephanie. Estreia absoluta: Viena, Burgtheater, 1782.
Direcção musical Julia Jones
Encenação Giorgio Strehler
Cenografia e figurinos Luciano Damiani
Reposição da encenação Mattia Testi
Intérpretes
Konstanze, mulher espanhola prometida de Belmonte (soprano) Iride Martinez
Belmonte, nobre espanhol (tenor) Bruce Ford
Blonde, criada inglesa de Konstanze (soprano) Whal Ran Seo
Osmin, curador das propriedades do pasha (baixo) Bjarni Thor Kristinsson
Selim, pasha (discurso falado) Karl-Heinz Macek
Pedrillo, criado de Belmonte (tenor) Mário João Alves
Criado Mudo Marco Merlini
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
maestro titular Giovanni Andreoli
Cenários e figurinos
Teatro alla Scala de Milão
Recriação da fabulosa encenação de Giorgio Strehler.
Boa iniciação à ópera para os mais reticentes.
Tempo: século XVIII.
Konstanze, noiva de Belmonte, foi capturada por piratas juntamente com a sua criada, Blonde, e respectivo noivo, Pedrillo. Foram, de seguida, vendidos como escravos ao Paxá Selim, do qual permanecem reféns no início da ópera.
Durante o cativeiro, e enquanto Selim e Osmin, o guarda do serralho, se inebriam com os encantos da dama espanhola e da sua aia, Belmonte, com a ajuda de Pedrillo, consegue penetrar no magnífico palácio turco. O projecto da evasão desenha-se enquanto a íntegra Konstanze afirma a Selim que prefere morrer a desposá-lo. Após o reencontro e reconciliação dos apaixonados, urge aplicar o plano da fuga. Os dois casais serão, no entanto, surpreendidos por Osmin que, com o seu amo, reclamará justiça. Um inesperado desfecho feliz será desencadeado por um magnânimo gesto do raptor, ordenando a libertação dos prisioneiros, e despertando um coro de louvores à sua clemência.
Reflexo da filosofia humanista do Iluminismo, o perdão surge em diversas instâncias teatrais como a solução desejada para uma circunstância trágica. É a personagem exótica que sublima a sua posição despótica por uma inesperada atitude esclarecida. Die Entführung aus dem Serail, refugiando-se numa turquerie habitada por histórias de paixão e clemência, revela o ímpeto revolucionário do jovem Wolfgang Amadeus Mozart, na primeira ópera que compõe após a cessação do contrato com o arcebispo de Salzburgo, no sentido de se aliar a uma burguesia contestatária, ansiosa por destronar o Antigo Regime.
A felicidade que lhe é proporcionada pela sua nova condição de profissional liberal, intensificada pelo seu recente matrimónio, descobre-se no ensejo apaixonado de liberdade, numa obra em que a restrição dos direitos individuais é desafiada através do enclausuramento dos personagens num local exótico e sedutor, mas estranho às suas convenções culturais.
PGR, TNSC
The Abduction from the Seraglio is an example of the German Singspiel, a form in which all the dialogue is spoken rather than sung. The arias are used to express the emotions of the characters, but they do not further the story.(...)
Enquadramento (mozartproject).
By early summer 1781 Mozart was in Vienna and on his own. He had successfully arranged his dismissal from the service of the archbishop. More significantly, he was beginning to make the painful but necessary break with his father, Leopold. At the age of 25 he was, for the first time in his life, a free agent. (...)
domingo, 4 de dezembro de 2005
Orgia de Pier Paolo Pasolini
[Da trent'anni Pier Paolo Pasolini ci manca]
Teatro Nacional D. Maria II
Dez 2–Dez 18 e Jan 11–Fev 19
Tradução JOSÉ LIMA
Encenação JOÃO GROSSO
Cenografia RUI ALEXANDRE
Figurinos DINO ALVES
Música STEFANO ZORZANELLO
Desenho de luz JOSÉ NUNO LIMA
Interpretação
LUÍSA CRUZ | JOÃO GROSSO | KJERSTI KAASA
No Manifesto do Teatro de Palavra Pasolini apresenta os pressupostos teóricos que explicam e “justificam” a sua obra dramática:
“O teatro de Palavra é um teatro completamente novo. (…) A sua novidade consiste em ser, precisamente, de Palavra: no opor-se, assim, aos dois tipos de teatro típicos da burguesia, o teatro do Palavreado e o teatro do Gesto ou do Berro (...). O teatro de Palavra é popular não porque se dirige directa ou retoricamente à classe trabalhadora, mas porque se dirige indirecta e realisticamente a ela através dos intelectuais burgueses de vanguarda que são o seu único público. O teatro de Palavra não tem nenhum interesse espectacular [tem] um interesse cultural, comum ao autor, aos actores e aos espectadores que, portanto, quando se juntam, cumprem um “ritual cultural”. (...)” [TNDMII] [Manifesto per un nuovo teatro, 1968]
Quest'opera è un'orgia di parole, di passioni, di ricordi che travolgono i due protagonisti, un Uomo e una Donna, che si torturano a vicenda come in un sacrificio rituale fatto di sesso e violenza, iniziato in un giorno di Pasqua. Ma è anche la denuncia dello sradicamento di una società lanciata verso un abbagliante e infido progresso; e sono proprio quelle radici di "un passato felice che ha prodotto persone infelici" a portare verso la fine i due protagonisti, schiacciati dalla memoria di un tempo perduto e sincero. Fino a una conclusione che conduce inesorabilmente verso una prevedibile sconfitta, che però assume genialmente i caratteri di una rivoluzione. La rivoluzione della Diversità, che per Pasolini è l'ultima possibilità per resistere, inutilmente, all'omologazione, alla nuova barbarie che avanza: il mito borghese del consumo, la rimozione di un passato che è impossibile rimuovere. [www.pasolini.net]
Orgia é a crónica das pobres emoções sadomasoquistas de dois cônjuges pequeno-burgueses no calor de uma desoladora Páscoa, da fuga-suicídio de uma esposa-amante-escrava, da devastação do esposo ao encontrar-se com uma pequena prostitutazinha de passagem, do seu extremo delírio fetichista e transsexual até ao seu suicídio por enforcamento. [www.artistasunidos.pt]
quinta-feira, 1 de dezembro de 2005
Rois et Reine
Arnaud Desplechin
Un film d'Arnaud Desplechin
France, 2004, 150 mn
Avec Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric, Hippolyte Girardot, Catherine Deneuve, Maurice Garrel.
Estreia: 1 de Dezembro de 2005.
-- nota de intenções --
É difícil separar a nota de intenções da história deste filme, pois a sua própria estrutura - a de dois filmes justapostos - é precisamente a sua intenção. Como eu só consigo gostar do cinema de género e Nora mergulha nas suas recordações, eu imaginava este filme - o de Nora - um filme fantástico... Quando estávamos a escrever a personagem de Nora, por vezes assustados com o seu lado negro, a sua solidão e a sua dureza, eu pensava em "Marnie", a frígida, na admirável Sharon Stone em "Casino", em Gena Rowlands em "Uma Outra Mulher". Três mulheres aterrorizadas com a ideia de descobrirem o seu verdadeiro rosto.
Quanto a Ismaël, ele era um filme burlesco inteiro sozinho.
Eu e o Roger Bohbot só tínhamos uma palavra de ordem: ser brutais. Longe da melancolia e do humor discreto, queríamos ser brutalmente trágicos e brutalmente cómicos! Espero que tenhamos conseguido emocionar um pouco o espectador.
Arnaud Desplechin
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Le nouveau Desplechin en surprendra plus d'un. Sous les allures d'un retour à ce qui a fait son succès, des histoires générationnelles entre amis, le trait se fait aujourd'hui bien plus virulent. Porté par une mise en scène qui a l'élégance de la sobriété, le regard du cinéaste porte plus loin que jamais. Une histoire universelle. (...)
Deux destins qui se croisent: celui d’Ismaël, interné de force dans un hôpital psychiatrique; celui de Nora, jeune mère veillant au chevet de son père mourant. Deux vies que tout sépare, et entre lesquelles se trouve un enfant, que Nora a eu d’un premier mariage, et que Ismaël a élevé. (...)
quarta-feira, 30 de novembro de 2005
Viva a Poesia
terça-feira, 29 de novembro de 2005
Evgeny Kissin e Michel Camilo
no ciclo de piano da Gulbenkian
Evgeny Kissin (piano)
3 de Dezembro de 2005
Ludwig van Beethoven
Sonata para piano Nº 3, em Dó Maior, op.2, nº 3
1. Allegro con brio
2. Adagio
3. Scherzo: Allegro
4. Allegro assai
Sonata para piano Nº 26, em Mi bemol Maior, op.81a, Les Adieux
1. Adagio – Allegro
2. Andante espressivo
3. Vivacissimamente
Fryderyck Chopin
Scherzo em Si menor, op.20
Scherzo em Si bemol menor, op.31
Scherzo em Dó sustenido menor, op.39
Scherzo em Mi Maior, op.54
Michel Camilo (piano)
7 de Dezembro de 2005
Selecção de temas dos álbuns «Solo» e «Live at the Blue Note» de Michel Camilo, e da banda sonora do filme «Calle 54»
From Within (Michel Camilo)
Minha (Francis Hime)
Our Love is Here to Stay (George Gershwin)
Suntan (Michel Camilo)
A Dream (Michel Camilo)
Round Midnight (Thelonious Monk)
Why Not! (Michel Camilo)
Reflections (Michel Camilo)
Twilight Glow (Michel Camilo)
Cocowalk (Michel Camilo)
Caribe (Michel Camilo)
quinta-feira, 24 de novembro de 2005
Isabel de Castro, Homenagem
quarta-feira, 23 de novembro de 2005
Arte Lisboa
Feira de Arte Contemporânea
24 a 28 de Novembro, 15h-22h, no Pavilhão 4 da FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.
Apresentação ao público das galerias e dos trabalhos dos artistas que representam.
Arte Lisboa.
terça-feira, 22 de novembro de 2005
Orquestra de Câmara de Basileia, Paul Goodwin (Maestro), Magdalena Kozená (Meio-Soprano), David Daniels (Contratenor)
Gulbenkian, 27 de Novembro de 2005.
Grandes interpretes para grandes compositores do barroco.
Barroco Vocal: Um ponto alto no ciclo de música antiga da Gulbenkian.
Georg Philipp Telemann
Musique de Table - 3.ème Production: «Overture»
Georg Friedrich Händel
Orlando: «Fammi Combattere»
Henry Purcell
Dido and Aeneas: «Dido's Lament»
Georg Philipp Telemann
Musique de Table: «Bergerie»
Georg Friedrich Händel
Rodelinda: «Io t’abbracio»
Georg Philipp Telemann
Musique de Table
- «Allegresse»
- «Postillons»
Arcangelo Corelli
Concerto Grosso op.6 nº 3
Georg Friedrich Händel
Rodelinda: «Pompe vane di morte... Dove sei?»
Giuilio Cesare: «Se Infiorito»
Georg Philipp Telemann
Musique de Table: «Flaterie»
Georg Friedrich Händel
Ariodante: «Scherza infida»
«Dopo Notte»
Georg Philipp Telemann
Musique de Table:
- «Badinage»
- «Menuet»
- «Conclusion»
Orquestra de Câmara de Basileia
Paul Goodwin (Maestro)
Magdalena Kozená (Meio-Soprano)
David Daniels (Contratenor)
2005 criou em mim o gosto por música barroca, com a edição de "Opera Proibita" e "Bajazet" e com este concerto. Pena é Cecilia Bartoli estar esgotado em Fevereiro de 2006 na Gulbenkian.
Fim-de-semana magnífico com as propostas "3 pianos", "On Danse" e "Orquestra de Câmara de Basileia".
A terminar, em extra, três duetos.
«Sound the trumpet», de Purcell; «To thee, thou glorious son of worth» da oratória Theodora, de Handel; e o «Pur ti miro» que encerra L’Incoronazione di Poppea, de Monteverdi.
"A noite ia chuvosa, mas dentro de cada um de nós brilhava o sol do contentamento." (J.C. E)
segunda-feira, 21 de novembro de 2005
On Danƒe
pela Companhia Montalvo-Hervieu
Esta versão dançada joga com impertinentes piscadelas de olho à exuberante ópera de Versailles, alusões ternas ao ‘espectáculo dos espectáculos’, belas surpresas entre a rica, brilhante e colorida imagética barroca e a cena contemporânea. Culturgest, 25 a 27 de Novembro de 2005.
"Como num sonho, chegam de mansinho com o maravilhoso encantamento do encontro de culturas, de linguagens e de tempos, numa estética que une o prazer à reflexão sobre a história da arte e a sociedade em que vivemos. On Danfe é a mais recente criação da francesa Companhia Montalvo-Hervieu, de José Montalvo e Dominique Hervieu, e é com esta que regressam aos palcos portugueses. Dominique, directora da companhia e intérprete, falou desta obra que presta homenagem ao compositor das óperas-bailado do século XVIII, em França, Jean-Philippe Rameau. O nome da peça reconstitui a escrita antiga da palavra «dança», tal como Rameau deixou manuscrita nas páginas das partituras das suas «óperas-bailados» referentes à parte de movimento coreografado, o tal «divertissement», ao qual ele já dava uma invulgar importância..." (Expresso, 2005.11.19).
terça-feira, 15 de novembro de 2005
3 Pianos: Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Pedro Burmester
Concerto único a não perder.
Centro Cultural de Belém
25 de Novembro de 2005
3 pianos e 3 pianistas brilhantes e divertidos.
Muito bom, espero também por um CD a 3 após os duos.
Bernardo Sassetti
Mário Laginha
Pedro Burmester
domingo, 13 de novembro de 2005
You've Stolen My Heart - Songs from R.D. Burman's Bollywood
Kronos Quartet e Asha Bhosle
From the fantastical land of India's "Bollywood," the world's largest film industry, comes the music of the Kronos Quartet's latest CD-a vibrant homage to the pre-eminent composer of classic Bollywood, Rahul Dev "R.D." Burman. In more than 300 film scores, Burman entranced audiences with melodies steeped in intrigue, festooned with jewels, and stained with tears and henna-an eclecticism mirrored in ever-surprising combinations of Indian classical and folk music, swing jazz, psychedelic rock, circus music, can-can, mariachi, and more. You've Stolen My Heart finds Kronos in the eminent company of Bollywood playback singer Asha Bhosle, Burman's wife and the most recorded artist in the world, who contributes new vocal performances to 8 of the CD's 12 tracks. Inspired by the chameleonic spirits of Burman and Bhosle, Kronos ventures into novel instrumental territory on this disc-the first to be produced by quartet founder David Harrington-augmenting its acoustic sound with keyboards, gongs, cymbals, mouth percussion, and more. Kronos is also joined by longtime collaborators Zakir Hussain (tablas, trap drums) and Wu Man (Chinese pipa), completing this musical masala of eras and cultures.
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
Dançar Hans van Manen
- Companhia Nacional de Bailado
Dançar Hans van Manen
10 a 13 de Novembro de 2005
Na reposição de três bailados – Kammerballet, 5 Tangos, Solo, junta-se a coreografia Sarcasm, em estreia em Portugal, para assim se poder apreciar a versatilidade e o talento deste coreógrafo de renome internacional.
Van Manen é mais uma vez a confirmação do eclectismo no repertório da CNB.
A CNB não vai mal, espectáculo agradável e bailarinos vão bem, a fazer esquecer o desastre recente de "Sonho de uma Noite de Verão" e outros há mais tempo.
Kammerballet
Coreografia HANS VAN MANEN
Música: Kara Karayev (1918-) "24 Preludes for Piano", Domenico Scarlatti (1685 - 1757) "Sonata in c-majeur K.159" e "Sonata in b-mineur", John Cage (1912 - 1992) "In a Landscape"
Cenário e Figurinos KESO DEKKER
Desenho de Luz JOOP CABOORT
(...) Um puro van Manen. Uma peça muito sóbria, de um grande rigor geométrico. A fascinante musicalidade do coreógrafo permite alterações no «diapasão emocional», com sublimidade e mestria: apaixonados, dramáticos, sensuais, os solos, os pas de deux traduzem magnificamente as relações homem-mulher, as suas correlações. Van Manen gosta de colocar os dois sexos num pé de igualdade física, técnica e artística. Em busca delas mesmas, as personagens revelam a faceta divertida do coreógrafo. O humor em van Manen está sempre presente. (...)
Céli Barbier
in revista Danse 04
(...) Da construção desta dança de Hans van Manen decorre uma extraordinária conjugação de corpos organizada em duetos que ocupam o palco em linhas cruzadas sobre uma elipse ovalada. O cosimento das diferentes músicas (Kara Karayev, Domenico Scarlatti, John Cage) com o desenho cromático das combinações dos figurinos criam o cenário e o terreno de construção de uma gestualidade absolutamente rigorosa na sua reestruturação sucessiva de motes e motejos. (...)
Cristina Peres
in jornal Expresso 04
(...) Resulta daqui uma obra de elegância extraordinária, de relações entre corpos, ou mais do que isso, da forma como as ideias se organizam em juízos e estes formam raciocínios. (...)
Daniel Tércio
in jornal O Público 04
Sarcasm
(Estreia em Portugal)
Coreografia HANS VAN MANEN
Música SERGEY PROKOFIEV (3 Sarcasm’s Opus 17 , 1912)
Cenário e Figurinos SEGUNDO GEORGE BALANCHINE
Desenho de Luz JAN HOFSATRA
É uma peça audaz e divertida. A música, de Prokofiev, é interpretada por um pianista em palco. A cena envolve um jovem casal que se empenha na tentativa mútua de sedução. Cada um à sua vez se esforça por impressionar positiva e arrebatadamente o adversário, o qual por sua vez se mostra inalterado...
Solo
Coreografia HANS VAN MANEN
Música JOHANN SEBASTIAN BACH
Cenário e Figurinos KESO DEKKER
Desenho de Luz JAN HOFSATRA
(...) É uma obra de exigência técnica elevada desempenhada a uma velocidade de tal forma exigente que, em contradição com o título é dançada por três bailarinos diferentes. (...)
Margarida Lancastre
in jornal Expresso 03
(...) Outra característica comum aos bailados, incluindo Solo, de Hans van Manen é o forte apelo aos sentidos do público marcado por um efeito visual cativante, por uma velocidade de execução virtuosa, pelo ritmo contagiante e por bandas sonoras estimulantes. (...)
M. L.
in jornal Expresso 03
(...) Em palco, três bailarinos dançam, à vez, três solos. Explica van Manen que Solo foi feito porque, “na companhia onde trabalhava na altura, havia três bailarinos. Queria usar os três e queria fazer solos. Primeiro escolhi os bailarinos e depois veio a música.” (...)
Raquel Ribeiro
in jornal O Público 03
Cinco Tangos
Coreografia HANS VAN MANEN
Música ASTOR PIAZOLLA
Cenário e Figurinos KESO DEKKER
Desenho de Luz JAN HOFSATRA
(...) 5 Tangos é fruto da descoberta por van Manen, da música de Piazzolla.(...)
“(...) os intérpretes possuem temperamentos diferentes, o que me agrada muito. É isso que ‘reanima’ a coreografia. Um bailarino com temperamento preenche o papel de uma forma única e torna a coreografia viva”
Margarida Lancastre
in jornal Expresso 03
(...) Cinco Tangos faz apelo ao mais fervilhante sangue latino. Mas é também uma coreografia arquitectada com mestria. A herança do tango é conjugada com o rigor e com as possibilidades técnicas da dança clássica e moderna e, pelo seu lado, o legado clássico é impregnado pela carga emotiva daquele que é o tema mais querido de van Manen: as paixões humanas. (...)
M. L.
in jornal Expresso 03
(...) “No meu ballet, há temas, não histórias: relações que podem ser abruptas, loucas, violentas, carinhosas. Lido sempre com emoções.” (...)
Raquel Ribeiro
in jornal O Público 03
in www.cnb.pt
quarta-feira, 9 de novembro de 2005
Karlheinz Stockhausen
terça-feira, 1 de novembro de 2005
Romantismo com um Excelente Quarteto
Yuri Bashmet (viola)
Natalia Gutman (violoncelo)
Vassily Lobanov (piano)
Gulbenkian, 8 de Novembro de 2005
Ludwig van Beethoven
Quarteto com piano No 4, em Mi bemol Maior, op.16bis
Robert Schumann
Quarteto com Piano, em Mi bemol Maior, op.47
Johannes Brahms
Quarteto com Piano Nº 1, em Sol menor, op.25
Três Grandes Compositores para Quatro Excelentes Intérpretes
Viktor Tretjakov (violino)
Yuri Bashmet (viola)
Natalia Gutman (violoncelo)
Vassily Lobanov (piano)
segunda-feira, 31 de outubro de 2005
O malheureux mortels ! ô terre déplorable !
O de tous les mortels assemblage effroyable !
D'inutiles douleurs éternel entretien !
Philosophes trompés qui criez : " Tout est bien " ;
Accourez, contemplez ces ruines affreuses,
Ces débris, ces lambeaux, ces cendres malheureuses.
Ces femmes, ces enfants l'un sur l'autre entassés,
Sous ces marbres rompus ces membres dispersés :
Cent mille infortunés que la terre dévore,
Qui, sanglants, déchirés, et palpitants encore,
Enterrés sous leurs toits, terminent sans secours
Dans l'horreur des tourments leurs lamentables jours !
Aux cris demi-formés de leurs voix expirantes,
Au spectacle effrayant de leurs cendres fumantes,
Direz-vous : " C'est l'effet des éternelles lois
Qui d'un Dieu libre et bon nécessitent le choix " ?
Direz-vous, en voyant cet amas de victimes :
" Dieu s'est vengé, leur mort est le prix de leurs crimes " ?
Quel crime, quelle faute ont commis ces enfants
Sur le sein maternel écrasés et sanglants ?
Lisbonne, qui n'est plus, eut-elle plus de vices
Que Londres, que Paris, plongés dans les délices ?
Lisbonne est abîmée, et l'on danse à Paris.
Tranquilles spectateurs, intrépides esprits,
De vos frères mourants contemplant les naufrages,
Vous recherchez en paix les causes des orages :
Mais du sort ennemi quand vous sentez les coups,
Devenus plus humains, vous pleurez comme nous.
Croyez-moi, quand la terre entrouvre ses abîmes,
Ma plainte est innocente et mes cris légitimes. [...]
Un jour tout sera bien, voilà notre espérance ;
Tout est bien aujourd'hui, voilà l'illusion.
Les sages me trompaient, et Dieu seul a raison.
Humble dans mes soupirs, soumis dans ma souffrance,
Je ne m'élève point contre la Providence.
Sur un ton moins lugubre on me vit autrefois
Chanter des doux plaisirs les séduisantes lois :
D'autres temps, d'autres moeurs : instruit par la vieillesse,
Des humains égarés partageant la faiblesse,
Dans une épaisse nuit cherchant à m'éclairer,
Je ne sais que souffrir, et non pas murmurer.
Un calife autrefois, à son heure dernière,
Au Dieu qu'il adorait dit pour toute prière :
" Je t'apporte, ô seul roi, seul être illimité,
Tout ce que tu n'as pas dans ton immensité,
Les défauts, les regrets, les maux et l'ignorance. "
Mais il pouvait encore ajouter l'espérance.
Voltaire, 1756
(Completo em voltaire-integral.com.)
J. P. Le Bas, Praça da Patriarcal après le tremblement de terre de 1755
in Recueil des plus belles ruines de Lisbonne, Paris, 1757
Gravure d'après des dessins de Paris et Pedegache
(Univ. Genève, ATHENA)
domingo, 30 de outubro de 2005
Lisboarte
Inclui dois circuitos de autocarro que darão a volta às várias galerias no dia da inauguração. A partida é feita a partir do Museu da Cidade às 15h de 5 de Novembro.
Destaques:
Galeria Luís Serpa Projectos, "Controlo Remoto - Mutações entre o Homem e a Cidade", em que são apresentados pinturas e desenhos de Carlos Correia, Marta Moura e Romeu Gonçalves.
Galeria Módulo, instalação "Areias Movediças" de Pedro Valdez Cardoso, a primeira individual na galeria lisboeta do artista que recentemente ganhou o V Prémio de Escultura City Desk.
sábado, 29 de outubro de 2005
Otello de Verdi (3) - agora em Português
Pôr em música algumas das tragédias de Shakespeare foi um sonho que perseguiu Verdi desde a juventude, pensando principalmente em "Hamlet", "A Tempestade" e "Rei Lear", cujo libreto Antonio Somma guardava religiosamente à espera duma ocasião propícia. Verdi só iria conseguir tornar esse sonho realidade aos 33 anos com "MacBeth" levada pela primeira vez a cena em Florença em Março de 1847. Iriam no entanto passar-se mais 40 anos antes que o público italiano pudesse voltar a escutar uma ópera de Verdi baseada num texto do grande dramaturgo inglês. Não seria nem "Hamlet", nem "A Tempestade" nem o "Rei Lear", e a responsabilidade do libreto não caberia a Antonio Somma mas a Arrigo Boito que em 1862 tivera uma primeira colaboração com Verdi no famoso "Hino das Nações".
Verdi e Boito tinham-se desavindo, e a reconciliação ficou a dever-se ao editor Giulio Riccordi. Em 1879 durante um jantar com Verdi e o maestro Franco Faccio, Riccordi falou de Shakespeare, de "Otello" e de Boito. Verdi pareceu interessado. No dia seguinte o maestro Faccio visitou o compositor na companhia do libretista. Boito regressou dias mais tarde com um esboço do libreto, e Verdi aconselhou-o a "ir escrevendo o texto que podia ser útil para ele, Verdi, para o próprio Boito... ou para outro qualquer."
A histórica estreia da "Aida" no Cairo datava de havia já 7 anos. Depois disso Verdi não voltara a escrever mais nenhuma ópera. A primeira conversa de Riccordi acerca de "Otello" passou-se em 1879, mas Verdi iniciou o trabalho na ópera apenas 5 anos mais tarde. Houve entretanto alguma troca de correspondência com Riccordi e com Boito; Boito e Verdi fizeram juntos a revisão de "Simão Bocanegra"; e o compositor fez sozinho a revisão de "Dom Carlos". Em meados de Março de 1884 Verdi começou finalmente a escrever a música da sua nova ópera. Entre o início do trabalho e a sua primeira apresentação pública iriam passar-se cerca de 3 anos.
A estreia de "Otello" teve lugar no Scala de Milão no dia 5 de Fevereiro de 1887 com um sucesso extraordinário. Verdi tinha 72 anos.
1.º Acto
O 1º acto passa-se num porto de Chipre onde a população espera a chegada do Governador da Ilha que regressa triunfante duma batalha com o exército turco. A frota consegue ancorar no meio duma tempestade terrível – mas outras tempestades aguardam Otello em terra. O seu Lugar-Tenente Jago, com a ajuda de Rodrigo, um jovem veneziano que ama secretamente Desdémona, mulher de Otello, embriaga Cassio, um oficial que Otello favorece, e leva-o a confrontar-se em duelo com Montano, o antigo Governador. Otello aparece e demite Cassio. A multidão dispersa. Sós, Otello e Desdémona renovam juras de amor eterno.
2.º Acto
O 2º acto passa-se no pavilhão do Castelo do Governador de Chipre onde Jago, disposto a despertar os ciúmes de Otello, convence Cassio, o oficial por ele demitido, a pedir a Desdémona que interceda junto do marido a fim de obter o seu perdão. Jago arranja um encontro entre Cassio e Desdémona, e quando os dois estão a conversar no jardim aponta-os a Otello insinuando suspeitas de traição. Junto de Emília, sua mulher e aia de Desdémona, Jago consegue obter um lenço que a jovem esposa lhe dera para lavar, com ele pretendendo sustentar a intriga.
3.º Acto
O 3º acto passa-se no salão nobre do Castelo do Governador de Chipre onde, sem suspeitar da trama tecida por Jago, Desdémona tenta uma vez mais obter junto de Otello o perdão para Cassio. Para sua surpresa Otello enfurece-se e expulsa-a da sua presença. Entretanto Jago prossegue a intriga levando Otello a testemunhar uma sua conversa com Cassio onde este lhe fala dos seus amores por uma cortesã referindo o lenço que dela recebera.
O nome da cortesã passa despercebido aos ouvidos de Otello que julga ver confirmada a traição de Desdémona. É então que Jago lhe mostra o lenço que havia roubado o que leva ao extremo a fúria de Otello que, durante a recepção ao Embaixador Veneziano, maltrata a mulher publicamente.
Esse Embaixador vinha incumbido duma missão do Senado que reclamava a presença de Otello devendo o governo da ilha ficar entregue a Cassio durante a sua ausência. Louco de ciúme e de raiva, Otello decide matar Desdémona encarregando Jago da morte de Cassio – acção que Cassio passa ao seu aliado Rodrigo.
4.º Acto
O 4º acto passa-se nos aposentos de Desdémona que está presa duma angústia terrível e de terríveis pressentimentos. Reza fervorosamente, despede-se de Emília, e deita-se. Otello entra silenciosamente e acusa-a de o trair com Cassio. Apesar de Desdémona afirmar a sua inocência Otello mata-a. Aparece então Emília com a notícia de que Rodrigo fora morto por Cassio. Ao ver Desdémona assassinada Emília revela a Otello a perfídia de Jago. Otello fica desesperado e põe termo à vida.
(texto RDP, figuras classical.net)
Otello no DN
Conversa com o encenador Nicolas Joel.
Do segredo dos deuses ao aplauso dos homens.
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Pria d'ucciderti... sposa... ti baciai. Or morendo... nell'ombra... in cui mi giacio... Un bacio... un bacio ancora... ah!... un altro bacio...
Killing myself to die upon a kiss
Ópera em quatro actos de Giuseppe Verdi
Libreto: Arrigo Boito, segundo Othello, The Moor of Venice de William Shakespeare
Criação: Milão, Teatro alla Scala, 5 Fevereiro 1887
Após a estreia de Aida em Milão, Giuseppe Verdi pronuncia a sua retirada da cena lírica, reduzindo consideravelmente a sua actividade compositorial. Consternado com os avanços do domínio wagneriano na cultura europeia e consequente declínio da supremacia da ópera italiana, sente-se desmotivado, incapaz de prosseguir a sua vocação teatral.
O seu recolhimento será no entanto interrompido, na sequência da reconciliação com Arrigo Boito e de encorajamentos do seu editor - Giulio Ricordi -, para se dedicar à escrita das suas duas últimas óperas: Otello e Falstaff, ambas baseadas em peças de William Shakespeare, autor que sempre o seduzira. As estreias destas obras revelar-se-ão acontecimentos de amplitude internacional, coroando a produção operática Verdiana e conferindo ao compositor, cuja aura se intensificara ao longo dos quinze anos de silêncio, o reconhecimento e êxito generalizados. A partitura de Otello é finalizada em Dezembro de 1886 e a obra será criada a 5 de Fevereiro do ano seguinte, no Teatro alla Scala de Milão, com o célebre tenor Francesco Tamagno no papel do protagonista, desencadeando um triunfo histórico.
O desenvolvimento das potencialidades dramatúrgicas orquestrais e a sua perfeita simbiose com a teatralidade vocal, o afastamento do sistema de formas fechadas, a densidade do desenho das personagens, e uma escrita musical plena de traços de violência impetuosa, audácia, turbulência e luminosidade definem a ópera em quatro actos Otello como um marco da história da dramaturgia de ópera.
Paula Gomes Ribeiro (TNSC)
Othello, William Shakespeare
Shakespeare tragicomedies: Hamlet, Othello, Macbeth and King Lear. | Shakespeare adaptations from Julius Caesar, Hamlet, Othello, and Macbeth. | Othello, the Moor of Venice.
Excelente Othello pela companhia Cheek by Jowl no CCB em Junho de 2004.
Otello, Giuseppe Verdi
synopsis | Libretto | Informação extensa (sinopse, caracteres, disposição cénica, interpretações, libretto,...)
quinta-feira, 27 de outubro de 2005
Otello de Verdi
OTELLO
Giuseppe Verdi
Ópera em quatro actos, com libreto de Arrigo Boito baseado na tragédia Othello, The Moor of Venice de Shakespeare.
Direcção musical Antonio Pirolli
Encenação Nicolas Joel
Cenografia Ezio Frigerio
Figurinos Franca Squarciapino
Desenho de luzes Vinicio Cheli
Intérpretes
Mario Malagnini Otello
Dimitra Theodossiou Desdemona
Carlo Guelfi Jago
Carlos Guilherme Cassio
Carlo Cigni Ludovico
Paula Morna Dória Emilia
Pedro Chaves Roderigo
Diogo Oliveira Montano
João de Oliveira Um Arauto
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
maestro titular Giovanni Andreoli
Cenários e figurinos
Théâtre du Capitole de Toulouse
Muito bom Dimitra Theodossiou em Medeia encenada por Luís Miguel Cintra.
Primeira representação em Portugal: 23 de Março de 1889, Lisboa no TNSC, dois anos após a estreia em Milão.
De 1889 a 1910, 18 representações de Otello em Lisboa: TNSC, Coliseu e D. Amélia (S. Luiz).
O mais recente Otello em São Carlos data de 1989 e teve Plácido Domingo por protagonista.
Otello no TNSC em 1965. (TSC, BN)
Retrato de Verdi por Columbano Bordalo Pinheiro. (M.P.P. 44 V., BN)
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
Antony and The Johnsons
We caught up with Antony from Antony and the Johnsons and talked about Lou Reed, Devendra Banhart and Chichester... (BBC)
Silêncio, que Antony vai cantar. Voz de anjo atormentado, corações ao alto, o céu tão próximo. O "songwriter" vai estar no Coliseu de Lisboa no dia 31 de Outubro.
Quando o vimos pela última vez, já era um "hype" maior desse retrato de família em que aparecem figuras como Devendra Banhart, CocoRosie ou Rufus Wainwright, embora pairem também por lá os espíritos de Lou Reed e Boy George - o que diz muito do fetichismo desta personagem. Tem uma figura impotente e disfuncional, mas não tão impotente e disfuncional como a voz, que não é deste mundo.
Quando o vimos pela última vez, já tinha em mãos "I Am A Bird Now". O que não tinha era o "hype" convertido num Mercury Prize, um dos mais distintos prémios para a música feita no Reino Unido, para muitos já merecido desde a estreia com "Antony & The Johnsons" e a oferta dessa música etérea e simultaneamente íntima. A acústica tem de ser perfeita. Silêncio. (Público)
I am a bird now