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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Sonata de Outono, Fernanda Lapa e Cucha Carvalheiro


Sonata de Outono de Ingmar Bergman
Teatro São Luiz, 2 a 25 de Novembro de 2007

Texto Ingmar Bergman
Tradução Fernanda Lapa e Jonas Omberg
Encenação Fernanda Lapa e Cucha Carvalheiro
Cenografia e Figurinos António Lagarto
Desenho de Luz Mário Bessa
Selecção Musical Nuno Vieira de Almeida
Elocução Luis Madureira
Assistência de Figurinos Catarina Varatojo
Assistência de Cenografia Pedro Mira
Interpretação Fernanda Lapa, Ana Bustorff, Virgílio Castelo e Marta Lapa
Co-produção: SLTM / Escola de Mulheres-Oficina de Teatro
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O instinto maternal é uma mentira ou Sonata de Outono.
Mãe e filha encontram-se depois de sete anos de separação. A mãe, Charlotte, é uma pianista mundialmente famosa, já sexagenária e ainda no auge da sua carreira. Uma mulher capaz de interpretar as mais delicadas composições de Chopin ou Beethoven, mas sempre incompetente ao tentar interpretar a própria filha, Eva.
A Eva nenhuma palavra ou gesto lhe passou despercebida ao longo da sua vida, especialmente se estas palavras e gestos vieram da mãe. Considera-se “filha de uma mãe que nunca fica frustrada, decepcionada ou infeliz”, definição que, mesmo irónica, a marcou para sempre, uma vez que Charlotte lhe impôs doses equivocadas de felicidade e segurança. Casada com Viktor, um pastor protestante passivo e observador, ela vê o marido como um amigo, sendo, como é, incapaz de acreditar no amor. Helena, a irmã mais nova, sofre de uma doença degenerativa, o que afastou sempre de si a mãe.
Neste regresso, Charlotte é obrigada a confrontar-se com o facto de as duas irmãs viverem juntas. Bergman destrói a convenção das relações afectuosas entre mães e filhas. A dor é a personagem central deste huis-clos que nos sufoca pela sua dureza.

Boa peça. Boas interpretações e encenação.
Texto ou comparação com filme difícil.
Sem surpreender, uma boa noite.

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