

Serão actualizados com algum tempo...
Música, dança, teatro, cinema, literatura, exposições, conversas, etc.







adaptado pelo poeta da corte de Dresden, Caterino Mazzolà, suscitando uma calorosa aprovação por parte de Mozart. Contrariando-se a tendência do desfile de árias, desenvolvem-se uma série de ensembles que irão permitir o apuramento e distinção das características das personagens principais. Observe-se que a clemência, a indulgência, bem como a reconciliação, são temas profundamente mozartianos, e sobejamente tratados na produção musicodramática do autor. A obra, concluída num brevíssimo espaço de tempo, chegará à cena quatro dias após a apresentação de Don Giovanni perante a família Imperial sob a direcção do próprio compositor.



Coreografia | William Forsythe
Música | Thom Willems, Leslie Stuck, Eva Crossman-Hecht e Ludwig van Beethoven
Directora | Kathryn Bennetts
Cenografia | Michael Simon
Figurinos | Férial Simon
Consultor técnico | Olaf Winter
Desenho de som | Bernhard Klein
Writers: Christopher Bond (play), John Logan (script)
Fryderyk Chopin
Espera-se um bom concerto pelos excelentes intérpretes.




“Alinhadas numa fila estão doze cadeiras desdobráveis. E em redor apenas uma sala nua com um negrume vazio e pesado. Não é assim que começa o Lago dos Cisnes! Onde está o Jardim, o Castelo, os convivas em vestes festivas? Onde está o aniversariante, o Príncipe Siegfried, cuja maioridade está a ser festejada? Com vozes russas, distante, um som quebrado, um Lago dos Cisnes esganiçado em vinil. A ‘Introdução’ de Tchaikovsky bem tenta em vão preencher o vazio dos primeiros minutos. À espera do quê? Por fim chega alguém. Não é o príncipe: trata-se de Raimund Hoghe, o coreógrafo em pessoa. Um duende de negro, metro e meio de altura, corcunda. Será de confiança?
Na pele de ‘Mestre de Cerimónias’ acende uma vela, no fundo do palco, senta-se e aguarda. Até chegar um segundo homem para esperar com ele, e um terceiro, todos de t-shirt e calças. E então chega uma mulher. Saltam à vista os traços refinados do seu rosto, o pescoço elegante, o andar clássico, os sapatos de salto alto. A sua aura de bailarina poderia cair bem a ambos os papéis, a jovem cisne recatada Odile e a negra, fria e calculista Odette, com as suas vibrações provocadoras e magnéticas. Senta-se e faz o mesmo que os demais. Nada.
Estranho jogo. Entre o público sente-se a inquietação. Está prestes a decidir-se, êxito ou fracasso? Talvez seja agora que os primeiros espectadores abandonam a sala. Hoghe sabe como manter a incerteza e leva-a à exaustão. Repentinamente começa o ritual, um sonho hipnotizante onde o ser e o parecer, ilusão e realidade, se fundem. Sempre com trechos da famosa partitura, é fácil deixarmo-nos ir…”
Marianne Mühlemann
Der Bund, 18.06.2007 (Trad. Nuno Bom de Sousa)
Europeu simultaneamente moderno e arcaico, contemporâneo e mitológico, Raimund Hoghe é uma personalidade siderante. Coreógrafo, bailarino, performer e quase artista plástico, parece conhecer tudo o que diz respeito ao palco como se fosse a sua alma, lenda ou memória. Raimund Hoghe foi jornalista, escritor em Wuppertal, tornou-se o dramaturgo de Pina Bausch. E um belo dia, este homem pequeno e corcunda de olhar ora penetrante ora desarmado, deu o salto. Torna-se o dramaturgo da sua própria diferença, o argumentista de um corpo radicalmente outro, mais vasto do que o mundo, reflexo dos nossos segredos mais insondáveis.
Daniel Conrod
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11. The Girl Is Mine 2008 with will.i.am



