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sábado, 9 de fevereiro de 2008

Swan Lake, 4 acts - Raimund Hoghe


Conceito e coreografia Raimund Hoghe
Colaboração artística Luca Giacomo Schulte
Intérpretes Ornella Balestra, Lorenzo De Brabandere, Emmanuel Eggermont, Raimund Hoghe, Nabil Yahia-Aissa
Música Tchaikovsky, O Lago dos Cisnes
Luz Amaury Seval, Raimund Hoghe
Som Frank Strätker

Produção e digressões Julie Bordez
Produção Raimund Hoghe (Düsseldorf), Groupe Kam Laï (Paris)
Co-produção Festival Montpellier Danse 05, La Bâtie – Festival de Genève, Tanzquartier Wien Residência de criação em Le Quartz – Scène Nationale de Brest, Centre Chorégraphique National de Franche-Comté à Belfort, Le Vivat – Scène conventionnée d’Armentières
Com apoio do Kaaitheater (Bruxelas)

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“Alinhadas numa fila estão doze cadeiras desdobráveis. E em redor apenas uma sala nua com um negrume vazio e pesado. Não é assim que começa o Lago dos Cisnes! Onde está o Jardim, o Castelo, os convivas em vestes festivas? Onde está o aniversariante, o Príncipe Siegfried, cuja maioridade está a ser festejada? Com vozes russas, distante, um som quebrado, um Lago dos Cisnes esganiçado em vinil. A ‘Introdução’ de Tchaikovsky bem tenta em vão preencher o vazio dos primeiros minutos. À espera do quê? Por fim chega alguém. Não é o príncipe: trata-se de Raimund Hoghe, o coreógrafo em pessoa. Um duende de negro, metro e meio de altura, corcunda. Será de confiança?
Na pele de ‘Mestre de Cerimónias’ acende uma vela, no fundo do palco, senta-se e aguarda. Até chegar um segundo homem para esperar com ele, e um terceiro, todos de t-shirt e calças. E então chega uma mulher. Saltam à vista os traços refinados do seu rosto, o pescoço elegante, o andar clássico, os sapatos de salto alto. A sua aura de bailarina poderia cair bem a ambos os papéis, a jovem cisne recatada Odile e a negra, fria e calculista Odette, com as suas vibrações provocadoras e magnéticas. Senta-se e faz o mesmo que os demais. Nada.
Estranho jogo. Entre o público sente-se a inquietação. Está prestes a decidir-se, êxito ou fracasso? Talvez seja agora que os primeiros espectadores abandonam a sala. Hoghe sabe como manter a incerteza e leva-a à exaustão. Repentinamente começa o ritual, um sonho hipnotizante onde o ser e o parecer, ilusão e realidade, se fundem. Sempre com trechos da famosa partitura, é fácil deixarmo-nos ir…”
Marianne Mühlemann
Der Bund, 18.06.2007 (Trad. Nuno Bom de Sousa)

Europeu simultaneamente moderno e arcaico, contemporâneo e mitológico, Raimund Hoghe é uma personalidade siderante. Coreógrafo, bailarino, performer e quase artista plástico, parece conhecer tudo o que diz respeito ao palco como se fosse a sua alma, lenda ou memória. Raimund Hoghe foi jornalista, escritor em Wuppertal, tornou-se o dramaturgo de Pina Bausch. E um belo dia, este homem pequeno e corcunda de olhar ora penetrante ora desarmado, deu o salto. Torna-se o dramaturgo da sua própria diferença, o argumentista de um corpo radicalmente outro, mais vasto do que o mundo, reflexo dos nossos segredos mais insondáveis.
Daniel Conrod

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Genial, desconcertante e magnífico.

Texto inicial da folha de sala:
Um
Lago dos Cisnes para utilizadores avançados: Raimund Hoghe com Swan Lake, 4 Acts [...]. O que resta do grande clássico de Tchaikovsky se lhe tirarmos os cisnes e o virtuosismo? Raimund Hoghe e os seus quatro intérpretes encenam um espectáculo [...] que nos abala: o que resta é o essencial.

Para lembrar na próxima semana durante
O Lago dos Cisnes pela Orquestra de São Petersburgo no Coliseu.

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