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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

La Clemenza di Tito, Mozart


São Carlos, 20, 22, 24, 26, 28 de Fevereiro e 1 de Março de 2008

Direcção musical Johannes Stert
Encenação Joaquim Benite
Cenografia Jean-Guy Lecat
Movimento Jean Paul Bucchieri
Figurinos Filipe Faísca
Desenho de luz Pedro Martins

Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
maestro titular Giovanni Andreoli

Nova Produção
Teatro Nacional de São Carlos

Intérpretes
Tito
Herbert Lippert
Vitellia
Adriana Damato
Sesto
Sophie Marilley
Servilia
Chelsey Schill
Annio
Angélique Noldus
Publio
Shavleg Armasi

Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)

Opera seria em 2 actos K. 621
Libreto: Caterino Mazzolà segundo Metastasio
Estreia absoluta: Praga, Nationaltheater, 6 de Setembro de 1791

A paixão que Sestus devota a Vitellia é sabiamente usada pela ambiciosa jovem mulher: juntos irão planear o assassinato do Imperador. Porém, Tito sobrevive, e Sestus, reconhecido como culpado, é condenado à morte. O Imperador experimenta sensações contraditórias, combinando-se a estranheza que sente perante tal acto, com a vontade de perdoar e compreender o seu amigo. Vitellia irá, entretanto, quebrar o silêncio sobre a verdadeira motivação do malogrado plano, confessando a sua participação na conspiração. A indulgência do Imperador será prodigiosa: ainda sob o rescaldo do incêndio do Capitólio, o perdão é garantido a todos os que contra si conjuraram.

Em Julho de 1791, enquanto se dedica à escrita de Die Zauberflöte (A Flauta Mágica), Mozart recebe, com agrado, a encomenda oficial de uma ópera para as festividades da coroação de Leopoldo II como Rei da Boémia, previstas para Setembro desse mesmo ano. Solenidade e distinção deviam dominar o tema e a forma da obra. É-lhe proposto um libreto de Metastasio, cujo conteúdo enaltece a generosidade e magnificência da natureza de um soberano e, sobretudo, a sua capacidade de perdoar. Este tema, filiado na corrente estóica, será reiterado por diversas vezes ao longo dos séculos, revelando-se, com especial profundidade, em Cinna ou la Clémence d'Auguste, tragédia de Pierre Corneille (1642), principal inspiração do texto de Metastasio. Este último, usado em mais de quatro dezenas de obras entre 1734 e a data da criação de La clemenza di Tito, será actualizado e adaptado pelo poeta da corte de Dresden, Caterino Mazzolà, suscitando uma calorosa aprovação por parte de Mozart. Contrariando-se a tendência do desfile de árias, desenvolvem-se uma série de ensembles que irão permitir o apuramento e distinção das características das personagens principais. Observe-se que a clemência, a indulgência, bem como a reconciliação, são temas profundamente mozartianos, e sobejamente tratados na produção musicodramática do autor. A obra, concluída num brevíssimo espaço de tempo, chegará à cena quatro dias após a apresentação de Don Giovanni perante a família Imperial sob a direcção do próprio compositor.

PGR - TNSC
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wikipedia
libretto

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Provavelmente receberá críticas negativas como é costume por cá, mas achei que corresponde a média do São Carlos que não pode aproximar-se da média internacional. É uma questão de finaciamento ou melhor dinheiro e parece que não temos nem nunca teremos.

À parte este assunto, gostei da interpretação e da encenação.
Sophie Marilley e Angélique Noldus melhores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Estive na estreia da ópera e foi uma vergonha. O Tito não chegava às notas agudas e arrastava as notas perdendo o ritmo. Também o soprano principal, Damato, que aliás chega a ser meio vulgar, não deixa marca. Não percebo a escolha destes cantores que não têm qualidade de um teatro nacional mas muncipal ou qualquer outra coisa. Perde a ópera que em Portugal já é fraca. Restam-nos os CDs.
A encenação tinha graça mas sem ser nada de extraordinário. Não esteve mal. Os figurinos também tinham piada. O maestro, orquestra e coro estiveram muito bem.