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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Todos os que caem, Samuel Beckett

Teatro da Comuna

Até 1 de Abril de 2006

Há cem anos nascia um dos mais importantes nomes do teatro mundial. Há cinquenta, Samuel Beckett escrevia "Todos os que caem", um retrato, com humor, das misérias de quem chega "ao extremo da dificuldade de existir".

A história, encenada por João Mota, desenrola-se a partir de Maddy, a esmagadora Mrs. Rooney, que aguarda a chegada do marido na estação de comboios. Em apenas um acto, a peça é o trajecto desta mulher, envelhecida e doente, mas conformada com a existência.

Maria do Céu Guerra é esta figura amarga, desconcertante, irónica, comovente, trágica. Mais que gorda. Mais que idosa. "É uma pessoa disforme do ponto de vista físico, é casada com um cego e são os desesperados. Chegaram ao extremo da dificuldade de existir", diz a actriz.

"Todos os que caem" mais não é do que "uma metáfora sobre o ser humano, uma metáfora sobre nós (...) que muitas vezes nos perguntamos qual é o sentido da vida", explica Maria do Céu Guerra.

O palco é um verdadeiro estúdio de rádio, ou não fosse esta uma peça escrita por Beckett para rádio. Na Comuna, cada representação é gravada e ao movimento juntam-se sons criados com a ajuda dos mais diversos utensílios de cozinha.

"Todos os que caem" é uma das iniciativas portuguesas que comemoram o centenário do nascimento de um dos maiores dramaturgos do Teatro do Absurdo e vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1969.

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