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sábado, 5 de janeiro de 2008

Vieira da Silva

Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva,
(de 24 de Outubro de 2007)

até 17 de Fevereiro de 2008


Obras do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão - Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva

A exposição que encerrou com chave de ouro no Centre Culturel Calouste Gulbenkian (13 Junho - 19 Outubro 2007), em Paris, chega agora à Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, fechando assim um círculo de homenagens: a prestada pela Fundação Calouste Gulbenkian a Vieira da Silva, em Paris, e a que Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva presta à Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

A Fundação Calouste Gulbenkian teve um papel fundamental na divulgação da obra da pintora em Portugal, destacando-se a figura de José Sommer Ribeiro, primeiro director do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e, mais tarde, da Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva, e grande amigo de Vieira da Silva. O contínuo e reforçado apoio por parte da Fundação Calouste Gulbenkian, quer através do financiamento de exposições e de aquisições, quer patrocinando o catalogue raisonné da artista, bem como parte do projecto de criação da Fundação Arpad Szenes Vieira da Silva, justificam esta homenagem que é também pretexto para reunir num espaço único obras pertencentes às duas instituições.
Obras da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva e do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão compõem lado a lado uma mostra onde se articulam pintura, desenho e gravura representativos de toda a produção artística de Vieira da Silva, temática e cronologicamente.
Partindo das estruturas espaciais fechadas dos primeiros anos - dos tabuleiros de xadrez e dos arlequins, do tema da guerra e da sua angústia representada nas figuras aprisionadas nas quadrículas - até às pesquisas mais maduras do espaço - interior com as bibliotecas e exterior com as construções e as cidades -, podemos adivinhar um percurso que parte do desenho para a pintura, desta para a gravura e novamente para o desenho, num diálogo permanente entre técnicas e entre Vieira e a sua própria criação. A linguagem plástica de Maria Helena Vieira da Silva, nascida em Portugal em 1908 e naturalizada francesa em 1956, reflecte, por um lado, o seu país natal e por outro, a notável modernidade do país que elegeu. Lisboa e Paris marcaram profundamente a pintura invulgar, de múltiplas leituras, de Vieira da Silva.
Dialogar, partilhar e criar, estiveram sempre presentes na vida de Vieira da Silva - vejam-se também os retratos de amigos como René Char e André Malraux, testemunho de amizades partilhadas -, gravuras presentes neste evento que encerra o ano comemorativo do Cinquentenário da FCG (1957-2007) e inicia o ano comemorativo do Centenário de nascimento de Vieira da Silva (1908-2008).

Na exposição, além das dez obras da FCG em depósito na FASVS estarão expostas obras da Fundação Calouste Gulbenkian que não fizeram parte da exposição de Paris.
F. AS-VS

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Boa exposição sobre Vieira da Silva.
Na Praça das Amoreiras, no museu da Fundação ficamos com a impressão que as exposições temporárias são permanentes, pelo menos quando se trata do casal.

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