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quinta-feira, 7 de julho de 2005

Ligne de Fuite de Philippe Genty


Centro Cultural de Belém
9, 10 e 11 de Julho de 2005

Qu’y a-t-il donc au bout de ces lignes de fuite ? Un point. Un point de fuite. Un point qui grandit à l’horizon. Un point qui s’interroge ? Un point qui pourrait être vous, moi... Vous à l’extrémité de cette ligne et moi à l’autre bout. C’est en tout cas ce que se dit ce personnage qui nous entraîne le long de ces abîmes au fond de nous-mêmes, à la recherche d’une victime, vous ou moi et d’un meurtrier, pourquoi pas vous ou peut-être moi.

Lui et cinq autres cosmonautes de l’intérieur voyagent d’une énigme à l’autre, à la recherche d’une réponse dans une course éternelle jalonnée de vertiges, de culs-de-sacs, de retours impossibles, d’un infiniment petit à un infiniment grand, de vos rêves à leurs cauchemars, passant d’un naufrage à une résurrection, traversant l’océan des souvenirs, croisant un maître-nageur à mi-temps et philosophe le reste du temps, un ogre qui s’auto-dévore, un chien humain à temps partiel et informaticien pendant les week-ends, une danseuse en perte de mémoire.
Des profondeurs de l’âme de la vôtre ou peut-être de la leur se fait jour une réponse à ces énigmes, bien sûr, là où nous l’attendions le moins...

Philippe Genty

Construtor de paisagens mentais, fantasmagorias surrealistas, Philippe Genty conjuga os seus bailarinos, actores e marionetistas num puzzle vertical povoado por animalejos imaginários. Um mergulhador de escafandro, dependurado, ondula por cima de mares inesperados e abismos sem fundo. Com um apetite e um humor devastadores, um ogre autodevora-se.
Os aventureiros de Linha de Fuga espalham-se no horizonte, repousam lá. Na sua odisseia cruzam-se com uma dançarina caprichosa, um mestre manipulador irrisório e patético, um cleptomaníaco controlador do tempo a meio-tempo, e outros exploradores de tamanho variável consoante o tempo e o ambiente.
Pierre Notte

Na nossa abordagem do teatro, a cena é um espaço que não se parece com nenhum outro. Não se trata do lugar da vida, mas doutro espaço. Um espaço que não se pode habitar tentando reproduzir a vida, tentando ser naturalista. Trata-se de um espaço entre parêntesis. Não se trata do espaço do sonho mas de um espaço que, tal qual como o sonho, é de uma outra natureza que não a realidade. A cena existe para nos fazer escorregar para os abismos.
Como nas nossas criações anteriores, utilizo por vezes a magia e a ilusão para fazer explodir o racional e fazer-nos resvalar para o universo do subconsciente, deixando o espectador prolongar as imagens que lhe são propostas, de forma a reenviá-lo aos seus próprios espelhos. A primeira imagem é essencial. Ao entrar na sala o espectador descobre um plano vertical. Linhas brancas sobre um fundo negro como um projecto de um arquitecto, reunindo-se num ponto, ao centro, formando um traçado em perspectiva. Ao longe, uma pequena cadeira dá a sensação de profundidade. A partir desse ponto concreto, no início do espectáculo, vai materializar-se a personagem central. De um plano em duas dimensões, entramos no tridimensional, convidando o espectador a deixar-se transportar para uma realidade de sonho.
Philippe Genty

Assistência de encenação Mary Underwood
Música René Aubry
Desenho de luzes Patrick Rioux
Figurinos Charline Bauce
Actores | manipuladores Dominique Cattani, Marjorie Currenti, Sónia Enquin, Meredith Kitchen, Scott Koehler e Lionel Ménard
Técnicos | manipuladores Didier Carlier, Franck Girodo, Pascal Laajili e Grâce Rondier
Desenho de luzes Martin Lecarme
Efeitos especiais Nick von der Borch
Concepção de objectos de cena Stéphane Puech

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